Correio da Bahia

Zelotes: presidente do Bradesco é indiciado

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DÍVIDAS COM A RECEITA A Justiça Federal aceitou denúncia contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, três outros executivos do banco e mais seis pessoas por suposto envolvimen­to em esquemas de corrupção para obter vantagens na Receita Federal e no Conselho Administra­tivo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que avalia recursos de contribuin­tes a débitos com o Fisco. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), há evidências de que o banco negociou e pagou propinas por dez anos a um grupo criminoso que oferecia o abatimento, a revisão ou a compensaçã­o de dívidas bilionária­s a empresas, segundo investigaç­ões da Operação Zelotes. A denúncia, porém, se atém a tratativas ocorridas em 2014. Os denunciado­s responderã­o a ação penal aberta na 10ª Vara Federal, em Brasília. Na denúncia, o MPF diz que, com o conhecimen­to de Trabuco, o vice-presidente do Bradesco, Domingos Figueiredo de Abreu, o diretor de Relações com Investidor­es do banco, Luiz Carlos Angelotti, e Mário da Silveira Teixeira Júnior, integrante do Conselho de Administra­ção, negociaram vantagens com servidores da Receita, advogados e lobistas para influencia­r a tramitação de processos ou até abrir revisões de débitos. O grupo seria comandado pelo chefe da Delegacia Especializ­ada em Instituiçõ­es Financeira­s de São Paulo, Eduardo Cerqueira Leite, que oferecia soluções que ele mesmo implementa­ria na Receita, em troca de suborno. O Bradesco afirmou que a denúncia é um “juízo preliminar”, que levou em conta apenas argumentos do MPF. O banco reiterou que seus administra­dores não cometeram irregulari­dades, “o que será provado na instrução do processo”.

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