Chegou a hora: que comecem os Jogos
Esta é minha última coluna antes dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. A partir da próxima terça-feira, o CORREIO estreará uma edição especial, nos moldes da edição das segundas-feiras, voltada à Olimpíada que se inicia daqui a exatamente uma semana. Dentro da cobertura, haverá uma coluna especial, com informações diárias sobre os competidores brasileiros, especialmente os baianos, além de notícias de bastidores. Por isso, hoje já irei fazer uma avaliação das nossas chances e dos preparativos para o Rio-2016. O fato é que a Olimpíada pegou. No tranco, mas pegou. Seja pelo aumento das notícias de problemas, como os vistos na Vila Olímpica e no revezamento da tocha, ou pela chegada das delegações e dos principais atletas. O Rio, que já respirava os Jogos de longe, está completamente imerso na competição. Mesmo com a forte suspeita de que houve sabotagem de alguns funcionários nos problemas da Vila Olímpica, os problemas ao longo da construção atrapalharam a entrega ideal do equipamento. Hoje em dia, qualquer edifício entregue a um consumidor normal vem com diversos problemas e vícios de construção que demoram mais de ano para ser completamente solucionados. Por mais que a Vila seja uma obra sem cunho comercial - por enquanto -, ela se tornará um condomínio. À medida que as instalações olímpicas começarem a ser utilizadas é possível que novos problemas, menores, sejam detectados. Os eventos-teste foram realizados ao longo de mais de um ano exatamente para prevenir quaisquer tipo de problemas. Mas se eles aconteceram em Londres-2012, por que não haveriam de acontecer no Rio?
Aí entra nosso velho e conhecido complexo de vira-lata. As pessoas não querem passar vergonha mesmo pouco ligando para os Jogos. E mesmo sem saber que TODOS os Jogos Olímpicos enfrentaram algum tipo de problema, seja ele natural ou fruto da ocupação humana. E alguns deles, inclusive, são “fundamentais” para os países-sede terem boa performance no quadro de medalhas, já que seus atletas estão mais acostumados com isso. Se não houvesse a intenção de mudar ares, de dar um caráter único - seja esportivo ou cultural - a cada edição, para que mudar de sede a cada quatro anos? Que venham os Jogos, todas as suas emoções, alegrias, raivas, superações, vexames, desapontamentos, surpresas. Que os hinos possam tocar nos ouvidos e nas almas e que nos permitamos aproveitar e saborear os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016 como, de fato é, o maior evento esportivo da história da América Latina.
Se não houvesse a intenção de mudar ares, de dar um caráter único - seja esportivo ou cultural - a cada edição, para que mudar de sede a cada quatro anos?
PREVISÕES Lá vou eu dar uma de oráculo. Difícil prever número de medalhas. Mas acho que teremos em torno de 30 medalhas. O esporte com chance de mais conquistas é o vôlei, com as modalidades de quadra e de praia. Judô, ginástica artística, atletismo e natação (incluindo a maratona aquática) vêm a seguir. Vela, futebol e boxe também devem dar mais de uma medalha. Temos boas chances de ver atletas do handebol, basquete, pentatlo moderno, tênis e tiro esportivo subirem ao pódio também. Em outros esportes, como badminton, ciclismo, remo e rúgbi, uma medalha é quase impossível. Já na esgrima, luta olímpica, taekwondo, hipismo e tiro com arco, temos atletas capazes, mas que dependem de atuações impecáveis e/ou bom chaveamento para chegar ao pódio. Se for para eleger um nome que vai dar o que falar nesses Jogos, seria o da nadadora americana Katie Ledecky. Mas ainda veremos Usain Bolt, Michael Phelps e Teddy Rinner assombrarem seus rivais. Já não vejo a hora de isso acontecer!