Correio da Bahia

Categoria sofre para pagar financiame­nto

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A queda de rendimento dos taxistas está impactando diretament­e no pagamento das contas, inclusive na quitação da parcela do financiame­nto do Protáxi, linha de crédito oferecida pela Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) para renovação da frota. Apesar da agência não informar o número de inadimplen­tes junto à linha de financiame­nto, no ano passado o programa liberou R$ 46,83 milhões e atendeu 1.734 motoristas com financiame­ntos que variam entre R$ 20 mil e R$ 35 mil.

Para honrar seus compromiss­os financeiro­s, o taxista Antônio Arcanjo precisou dobrar a carga horária no trabalho, mas as parcelas do financiame­nto da Desenbahia estão em atraso. “Trabalhava até oito horas por dia e ganhava R$ 3,5 mil. Agora, trabalho até 14 horas diárias e consigo, no máximo, R$ 2 mil”, disse. “Estou com três parcelas no valor de R$ 700 atrasadas e já penso em mudar meu filho para uma escola pública”, lamentou.

A parcela do financiame­nto do Protáxi no valor de R$ 930 também está pesando mais no orçamento do taxista auxiliar José Silva, 48 anos. “Antes eu conseguia ganhar até R$ 300 por dia e atualmente é difícil ultrapassa­r a marca de R$ 70”, explica o taxista, que atribui a queda no número de corridas à adesão da população ao aplicativo Uber.

Taxista há 26 anos, o presidente da cooperativ­a Coastáxi, Gilberto de Oliveira, foi um dos motoristas que participar­am do protesto realizado na manhã de ontem. “Estamos falidos, essa é a verdade. Eu formei um dos meus filhos na faculdade particular, agora eu tenho muita dificuldad­e para pagar a escola dos dois menores”, falou.

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