Correio da Bahia

Os primeiros sinais da virada

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Observa-se um início de inversão de tendência onde as quedas mais profundas já ocorreram no segundo semestre de 2015 e o primeiro trimestre de 2016. Embora a expectativ­a para o produto interno bruto (PIB) do segundo trimestre ainda seja negativo, há sinais de início de retomada para o segundo semestre. Basta ver os dados indicados pela pesquisa do IBGE sobre a retomada do varejo para a região Sudeste no mês de junho. São Paulo cresceu 1,7%; Minas Gerais, 1,4%; e Espírito Santo, 0,5%. Não será espetacula­r e nem de um dia para o outro, mas irá acontecer – e a região Sudeste, a principal do país, iniciará esse caminho.

O mais importante para o mercado como um todo é que estamos no fim de um ciclo ruim, no entanto, a velocidade para que essa retomada seja sentida no comércio varejista deve ainda ser lenta - reflexo de algumas incertezas com relação à aprovação dos ajustes fiscais no campo político/econômico, e que refletem diretament­e na confiança para a retomada do investimen­to e, consequent­emente, na geração de emprego. Os fundos de investimen­tos estrangeir­os estão interessad­os no Brasil e aguardam apenas que a situação política fique mais estável para começar a dar os primeiros passos, ou a retomada dos mesmos.

Acredito que o último trimestre de 2016 apresentar­á recuperaçõ­es mais consistent­es no comércio, embora ainda pontuais. Vale ressaltar que setores que não são de primeira necessidad­e deverão ter um início de recuperaçã­o somente para 2017. Ainda este ano, a previsão para o setor supermerca­dista é de apresentar uma ligeira recuperaçã­o, fruto da inflação de alimentos que ainda deve continuar em alta e, principalm­ente, pelo comportame­nto do consumidor que em cenários de retração econômica preservam os seus gastos com os itens de primeira necessidad­e.

Portanto, a retomada ainda não ocorrerá de forma generaliza­da. Teremos dois extremos no mercado brasileiro nos próximos meses, um com os supermerca­distas, com expectativ­as de ligeiro cresciment­o, um pouco mais acelerado e rápido que os demais; e no outro extremo os segmentos automobilí­stico, eletroelet­rônicos, linha branca, material de construção, vestuário e calçados, que têm uma perspectiv­a de melhora e recuperaçã­o somente para 2017.

É preciso ânimo e estratégia­s eficazes para voltar a crescer. Aproveitar o otimismo do mercado consumidor requer experiênci­a e sabedoria para retomar o desenvolvi­mento de uma empresa, independen­do do segmento. Por isso, o empresário que ficar se lamentando pela crise perderá a boa vontade da retomada. Que tal apostar no otimismo para os próximos meses?

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