Para ministro, Brasil vai entrar em colapso se não limitar gasto público
ALARME O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse ontem, na Comissão de Assuntos Econômicos da Câmara dos Deputados, que, sem aprovação da proposta Constitucional (PEC) que cria um teto para o crescimento das despesas do governo federal, o endividamento público do Brasil chegará a um ponto de colapso, como ocorreu com países europeus nos últimos anos. Sem a medida, alertou, a dívida pública seguirá crescendo indefinidamente, independentemente da recuperação da economia.
Em tom alarmista, Oliveira disse que o Brasil pode chegar à situação dos países europeus que colapsaram devido ao tamanho dos seus endividamentos, como a Grécia. Segundo ele, a experiência internacional mostra que a maneira mais eficaz de atacar a questão fiscal é controle do gasto total. “A outra alternativa seria aumentar a carga tributária indefinidamente, o que também não é sustentável. Precisaríamos de um aumento de 6 pontos porcentuais na carga tributária a cada quatro anos”, concluiu. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também participou da sessão de ontem. Ele defendeu o prazo de 20 anos para a PEC do Teto dos Gastos Públicos. Segundo ele, caso queiram obedecer ciclos políticos, o prazo da proposta pode, então, ser de 11 anos. “Ciclo político pode ser obedecido ou não, dependendo do Congresso, mas precisa ser suficientemente longo para dar previsibilidade da economia”, defendeu. Otimista, Meirelles diz que o Brasil pode ter uma retomada do crescimento mais rápida do que parece. “Acho que as primeiras reações da economia mostram que o resultado pode ser mais rápido porque estamos saindo de uma base muito negativa. A retomada agora pode ser muito mais rápida e até um ciclo mais fácil, com crescimento e usando a capacidade ociosa das empresas”, avaliou.
Na avaliação do ministro da Fazenda, a essência da incerteza hoje no Brasil é a questão fiscal. “A economia já dá sinais de retomada. O país acredita que medidas de ajuste fiscal serão aprovadas. A sociedade começa a acreditar nisso. É muito importante que isso (PEC do teto) seja aprovado e possamos prosseguir”, destacou.