Renan marca votação do reajuste para o STF
BASE RACHADA O reajuste dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) é um assunto cada vez mais polêmico dentro do Senado e ponto de discórdia entre os dois maiores partidos da base do governo interino de Michel Temer, PMDB e PSDB. Ontem, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que levará o projeto de aumento à votação em 8 de setembro. Também ontem, Valdir
Raupp (PMDB-RO) apresentou voto em separado contra o parecer do tucano Ricardo Ferraço (ES), que propõe que o reajuste dos ministros seja negado, pois aumenta o teto salarial de todo funcionalismo público federal e tem efeito cascata sobre várias categorias. No início da semana, dois ministros do governo - Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha - afirmaram que a tramitação de reajustes salariais está suspensa até, pelo menos, o término da votação do impeachment. Fatos que levaram Tasso Jereissati (PSDB-CE) a cobrar uma definição do governo e do PMDB. Para ele, o Planalto precisa definir seu posicionamento e o partido de Temer assumir se é governo ou se quer fazer “graça” para “alguns”. “Partido de governo tem muitos bônus, mas muitos ônus também”, disse. Tasso avaliou que o Brasil está vivendo um “paradoxo”, pois, enquanto enfrenta uma crise fiscal “sem precedentes”, o PMDB, com aval do governo, articula a votação no Senado de reajustes salariais para o funcionalismo.