Correio da Bahia

Como gente grande

- FERNANDA VARELA fernanda.varela@redebahia.com.br

Quem curte assistir UFC, já deve ter ouvido um famoso narrador Rhoodes Lima falar a seguinte frase: “chegou a hora de separar os homens dos meninos”. Hoje, nós vamos obedecer ao pedido dele. Hoje, eu me recuso a colocar os homens no mesmo patamar dos meninos. Porque foram os moleques que chamaram a responsabi­lidade e fizeram bonito ontem, na Fonte Nova.

A escalação da Fonte Nova anunciou o trio de ataque titular: Kieza, Vander e Ramallo. Nenhum deles correspond­eu. Todos, sem exceção, decepciona­ram os torcedores que apostaram suas fichas no talento dos veteranos. Na meiúca, Marcelo tentou suprir uma carência antiga. O técnico Vagner Mancini tem encontrado dificuldad­e para encontrar o companheir­o ideal para Willian Farias e decidiu apostar no garoto de 22 anos, revelado no rubro-negro e nascido em Santo Amaro.

E foi dos pés dele que o torcedor soltou o primeiro grito de gol. Gol não. Golaço. Uma pintura, que entrou lá onde a coruja dorme. E torcedor baiano celebra a arte no futebol é com grito, abraço e até jogando cerveja pra cima. “Até o momento acho que foi o gol mais bonito da minha carreira. Mas quero fazer muitos ainda, para ter muito o que comemorar”, disse o garoto com sorriso largo. Esse foi o segundo gol de Marcelo como profission­al. David também passou batido na escalação. Afinal, quase ninguém procura saber quem compõe o banco de reservas do time. Estava lá esperando sua chance, até que ela veio. No intervalo, Vander sentiu uma dor e pediu para sair. Uma sorte - foi mal aí, Vander.

O garoto de 20 anos, também cria da Toca, logo armou bela jogada para Cárdenas. Depois, foi a vez de receber cruzamento do gringo e cabecear para o fundo das redes. “Foi bom para melhorar minha autoestima. Agora é dar continuida­de para respirar um pouco e subir na tabela, porque o nosso lugar é lá em cima”, disse o menino que, por ironia do destino, nasceu em Vitória-ES. Estava escrito.

Ver torcedores criticando atletas oriundos da base é recorrente. A paciência com eles dificilmen­te é a mesma dos medalhões. Que a qualidade demonstrad­a pelos meninos ontem sirva de exemplo. Muitas vezes, temos joias em mão. Elas só precisam ser lapidadas - o que leva tempo e requer paciência.

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Abraçado por Ramon e José Welison, dois companheir­os desde a base do Leão, volante Marcelo comemora seu golaço na Fonte
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