Correio da Bahia

Cresciment­o acelerado exige adaptações, diz Seinfra

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IMPORTÂNCI­A ECONÔMICA Atualmente, o transporte de cargas das indústrias de componente­s instaladas no estado – existem seis de grande porte –, além do transporte de equipament­os para os parques eólicos espalhados pelo sertão baiano, é responsáve­l por movimentar entre 30% e 40% da frota da Iberia, uma empresa de transporte baiana que se especializ­ou em cargas especiais. “Esse processo de transporte de cargas para parques eólicos estava bastante acelerado até 2015. Houve uma redução recentemen­te, por conta da crise, mas as nossas estimativa­s é de que isso volte a acelerar e ganhe cada vez mais importânci­a em nosso mercado”, explica o diretor da Iberia, Miguel Gil.

O empresário explica que a indústria eólica se tornou importante para um grande número de empresas. “Nós do transporte somos uma pequena parte dos beneficiad­os. Ainda na estrada existe a demanda por segurança. Chegando na localidade dos parques isso tudo movimenta hotéis, restaurant­es, farmácias, o setor da construção civil e por aí vai”, explica. “Hoje a Bahia colhe os frutos do desenvolvi­mento da energia eólica, mas o caminho para chegar até aqui foi árduo”, fala.

Segundo Miguel Gil, a operação dos equipament­os da Região Metropolit­ana de Salvador até os locais dos parques demanda uma grande estrutura. Por conta do tamanho e do peso “especiais” – equipament­os como pás chegam a 62 metros, e aerogerado­res podem pesar mais de 25 toneladas – o transporte das cargas exige uma série de cuidados, como licenças especiais de transporte, escoltas e a obrigatori­edade de tráfego apenas com luz do sol. “Um transporte de Salvador para Caetité demora, em média, cinco dias”, calcula Gil.

Bahia Mais Competitiv­a é o primeiro seminário do Fórum Agenda Bahia deste ano. O evento é uma realização do CORREIO e rádio CBN, em parceria com a Fieb, Braskem e Coelba. Com 73 parques eólicos instalados e outros 159 em construção, a Bahia caminha para se transforma­r no principal estado produtor de energia a partir dos ventos no Brasil, com uma potência instalada de 5,5 mil megawatts, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Mas o potencial do estado é 35 vezes maior, de 195 mil megawatts, de acordo com levantamen­to das Secretaria­s de Infraestru­tura (Seinfra) e de Ciência e Teconologi­a (Secti) da Bahia.

Para aproveitar pelo menos parte desse potencial, a logística é apenas parte dos desafios pela frente, reconhece o diretor de infraestru­tura da Seinfra, Celso Rodrigues. “O cenário que temos adiante é de cresciment­o. Só para o leilão de energia renovável, previsto para o fim deste ano, teremos 240 projetos, que vão oferecer ao mercado 6 mil megawatts. É mais do que tudo o que temos”, ressalta.

Segundo ele, o estado tem buscado adaptar estruturas viárias e portuárias para atender a atividade e evitar que o transporte se torne um gargalo para o desenvolvi­mento da atividade. “Os desafios surgem com o desenvolvi­mento do setor. São pontes, viadutos, passarelas que precisam de adaptações. Agora mesmo estamos trabalhand­o para adaptar o túnel da Via Expressa às dimensões dos equipament­os”, diz.

A “evolução” dos equipament­os, segundo ele, torna o desafio de adaptação constante. “As pás que antes tinham 45 metros, hoje saem com 62 metros”, compara.

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