24h Senadores se preparam para a palavra de Dilma
IMPEACHMENT Os grupos favoráveis e contrários ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff se reuniram durante todo o dia de ontem para traçar as estratégias de ação que serão implementadas hoje. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que Dilma Rousseff será responsável pelo tom da sessão, quando fará um pronunciamento em sua defesa no plenário do Senado Federal. “Obviamente, se ela Dilma errar no tom, as nossas respostas serão no mesmo tom”, afirmou o senador, ao chegar ontem à reunião da base aliada do governo do presidente em exercício, Michel Temer, na liderança do PSDB no Senado. Aécio disse que caberá ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, impedir que a petista se exceda nas respostas dadas aos senadores, uma vez que não há limite de tempo para sua fala depois dos questionamentos. A medida tem como objetivo não cercear a liberdade da ré. “Não é momento de festa nem para que os que apoiam o impeachment”, disse Aécio. “Nós sabemos que um processo como esse deixa traumas não apenas no Congresso, mas na sociedade”, completou.
O líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PE), afirmou à Rádio Estadão que não vê a possibilidade de um “tensionamento maior” entre os parlamentares e a presidente afastada, Dilma Rousseff, que irá amanhã ao Congresso para apresentar defesa própria no processo de impeachment. “Acho que será um momento importante para o Parlamento e para o Brasil. A presidente, na própria liturgia do cargo, será elegante, mas dura”, destacou. A sessão com a presença de Dilma está marcada para começar às 9 horas e Costa disse não saber se a presidente afastada irá usar a palavra “golpe” para se referir ao processo. “Acho que já está caracterizado, a população brasileira já tem essa opinião. Nossa leitura é que se trata de um golpe parlamentar, um golpe diferente”, avaliou o petista.
O senador comentou ainda que, apesar do quadro desfavorável na Casa, o partido “não vai em nenhum momento jogar a toalha”.