Itália teme que máfia se infiltre em obras após terremoto
RECONSTRUÇÃO As autoridades italianas investigam casos de negligência ou fraude em obras após o terremoto da semana passada devastar aldeias na região central do país e deixar quase 300 mortos. Além disso, pediram esforços para assegurar que o crime organizado não se infiltre em lucrativos contratos de reconstrução, conforme publicou ontem O Globo. O promotor-chefe da Direção Antimáfia, Franco Roberti, advertiu que, historicamente, as máfias aproveitam o fluxo de dinheiro público destinado a mitigar efeitos de terremotos. O promotor-chefe Giuseppe Saieva investiga se o elevado número de vítimas está relacionado a fraudes nas construções. Nas aldeias de Sommati, Cossito e Saletta — situadas na periferia da Amatrice — as suspeitas de Saieva se confirmam. De acordo com o jornal El País, Saieva denunciou que muitas das casas que ruíram foram erguidas com mais areia do que cimento. As investigações incluem várias estruturas, entre elas uma escola em Amatrice que desabou apesar de ter sido reformada em 2012 para resistir a terremotos, a um custo de 700 mil euros.