Aliados da petista vão apresentar queixa contra testemunhas
A bancada de apoio à presidente afastada Dilma Rousseff no Senado decidiu apresentar representações contra o procurador Júlio Marcelo de Oliveira e o auditor Antônio Carlos Costa D'Ávila, que denunciaram irregularidades na política fiscal do governo da petista, avaliadas em processos do Tribunal de Contas da União (TCU).
A decisão foi tomada ontem, em almoço que reuniu aliados de Dilma. O argumento é de que os dois não atuaram com “independência funcional” no exercício de suas atividades e, por isso, devem sofrer sanções disciplinares .
O procurador foi arrolado pela acusação como testemunha no julgamento do impeachment, mas o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, o declarou suspeito por possível parcialidade. Lewandowski decidiu que ele só falaria como informante.
Oliveira admitiu ao Senado que, em 2015, compartilhou no Facebook uma convocação para protesto a favor da rejeição das contas da petista, marcada para a porta do TCU.
Já D’Ávila, ouvido como testemunha da acusação, afirmou ter auxiliado Oliveira a escrever a representação que originou o processo para analisar as pedaladas fiscais de 2014.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse ontem que a representação contra os dois será apresentada ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).