Correio da Bahia

Sonho em dose dupla

- Roberto.midlej@redebahia.com.br

As tocantinen­ses Ana Caetano, 21 anos, e Vitória Falcão, 20, estão vivendo um conto de fadas que muitas garotas da idade delas gostariam de viver. Depois de colocarem no YouTube uns vídeos cantando, mandaram, sem pretensão, uma das gravações para Tiago Iorc, cantor que é ídolo das duas.

A versão das meninas para a canção Um Dia Após o Outro, do cantor brasiliens­e, conquistou o próprio músico. No dia seguinte, Tiago, com o seu empresário Felipe Simas, entrou em contato com as duas e disse que queria produzir um disco delas.

Gravaram então um EP há cerca um ano e meio e, agora, lançam o álbum Anavitória (Universal Music/Forasteiro). E mais: estão começando uma turnê nacional, que vai passar por 13 cidades. A boa notícia para os fãs soteropoli­tanos da dupla é que a série de apresentaç­ões começa em Salvador, nessa sexta-feira, no Teatro Jorge Amado, às 20h.

O show, que terá abertura da baiana Maria do Sol, faz parte do Circuito das Canções, projeto que estará em cartaz em setembro e trará a Salvador atrações como Phill Veras, Ana Muller e Pélico.

O repertório do show será baseado no álbum da dupla e terá algumas regravaçõe­s de outros artistas. Isso significa que o maior sucesso das meninas na internet, Singular, está garantido no show. A música, composição de Ana (que assina todas as dez canções, sendo três em parceria com Tiago Iorc), estava no EP lançado em abril do ano passado e consolidou-se como o maior sucesso da Anavitória.

VIAGEM

Ana lembra como começou a compor: “Eu era estudante do terceiro ano e ia ter uma viagem para o Rio de Janeiro. Meu pai me desafiou e disse que eu iria viajar se conseguiss­e vencer o concurso de música que ia ter na escola. Fiquei em segundo lugar”. Resultado: Ana não teve direito à viagem, mas descobriu o talento para a composição.

As composiçõe­s da menina agradaram tanto a Tiago Iorc que ele acabou se tornando parceiro de Ana nas canções Talvez a Deus, Agora Eu Quero Ir e Trevo. Essa última tem a participaç­ão do cantor também na voz. “Eu tinha umas coisas inacabadas e decidi mandar pra ele. Nós compusemos juntos pela internet, trocando áudios. Fiquei muito à vontade para dar opiniões e ele também”, diz Ana.

Vitória acrescenta que, durante a gravação do disco, ela e a parceira davam palpites a Tiago Iorc, que assina a produção do álbum. “Depois que gravamos o EP com ele, já nos sentíamos familiariz­adas, então pudemos opinar melhor”. No trabalho, foi incluída uma versão do clássico Tocando em Frente, de Almir Sater e Renato Teixeira. “Nós duas já conhecíamo­s a música. Aliás, quem no mundo não a conhece, né (risos)? Um dos motivos por que a escolhemos é que, no álbum, a gente queria uma referência para o que era o nosso som”, conta Vitória.

Felipe Simas, empresário de Tiago Iorg e da Anavitória, classifico­u o som da dupla como pop rural e Ana diz concordar: “A gente acabou abraçando essa classifica­ção porque realmente fazemos um som pop no sentido de ser popular. Mas sempre com as raízes brasileira­s presentes”.

Empolgada com o lançamento do álbum e a turnê , Ana decidiu abandonar o curso de Medicina no quarto período para se dedicar integralme­nte à música.

“Desde que lançamos o EP, percebi a boa repercussã­o que ele estava tendo na internet. Aí, comecei a fazer uma espécie de lavagem cerebral em minha mãe para convencê-la a me deixar abandonar a faculdade, mas ela achava muito cedo. Mas, com o álbum e a turnê, ela acabou se convencend­o”, conta Ana.

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