A esperança está em Tite
Está chegando a hora. Após dois anos de agonia, apreensão e muitas decepções com o técnico Dunga no comando da Seleção Brasileira, a equipe verde e amarela, enfim, terá um treinador à altura das suas tradições. Tite, 55 anos, tem um currículo que nos faz acreditar num futuro melhor para o Brasil dentro de campo. Campeão estadual (quatro vezes), da Copa do Brasil, Brasileirão (duas vezes), Copa Sul-Americana, Libertadores e Mundial de Clubes, o gaúcho agora terá o maior desafio da sua carreira de 26 anos fora das quatro linhas.
Parece até piada quando falamos de Seleção Brasileira, mas Tite tem a missão de classificar o time para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Atualmente, o Brasil ocupa apenas a sexta colocação nas Eliminatórias Sul-Americanas, com nove pontos conquistados de 18 disputados: duas vitórias, três empates e uma derrota. Caso a competição terminasse hoje, os classificados seriam Uruguai, Equador, Argentina e Chile, com a Colômbia na disputa da repescagem.
Apesar do cenário preocupante, restam 12 rodadas para o fim do campeonato e, por isso, a expectativa é de uma evolução considerável nos conceitos trabalhados dentro e fora de campo. Amanhã, às 18h, o adversário será o Equador, vice-líder e maior surpresa até aqui. Além do pouco tempo de trabalho, afinal, serão só três treinos antes do duelo, a equipe precisará enfrentar a altitude de 2.850 metros em Quito. Nesse tipo de situação, a bola costuma “viajar “de forma mais veloz e o fôlego dos atletas também fica prejudicado.
A tendência, devido a isso, é que Tite escolha um grupo de jogadores com mais resistência. Não será surpresa caso nomes como Casemiro e Paulinho apareçam juntos entre os 11 titulares. O esquema tático 4-1-4-1, utilizado por Tite no título brasileiro do Corinthians, no ano passado, deve ser mantido também na seleção, principalmente levando em conta a compactação em um terreno onde economizar energia torna-se caso de sobrevivência.
Ciente das limitações de tempo e entrosamento, Tite optou pela manutenção da base do antecessor Dunga, convocando, por exemplo, 12 jogadores que estiveram na Copa América Centenário
MANUTENÇÃO
Por causa de todas essas variáveis, o torcedor brasileiro precisará ter muita paciência não só amanhã, mas também no confronto de terça-feira, quando o Brasil encara a Colômbia, às 21h45, na Arena da Amazônia. Ciente das limitações de tempo e entrosamento, Tite optou pela manutenção da base do antecessor Dunga, convocando, por exemplo, 12 jogadores que estiveram na participação ruim do Brasil na Copa América Centenário: Alisson, Miranda, Gil, Marquinhos, Daniel Alves, Filipe Luís, Casemiro, Renato Augusto, Willian, Lucas Lima, Philippe Coutinho e Gabriel.
As principais surpresas foram o meia Giuliano, ex-Grêmio e atualmente no russo Zenit, e o atacante Taison, do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Nomes questionáveis, mas que têm a confiança do treinador. Ambos trabalharam com Tite nas temporadas de 2008 e 2009, no Internacional. Enquanto o primeiro enche os olhos do comandante por causa do grande poder de organização, leitura de jogo e finalização, o segundo se destaca pela velocidade com e sem a bola, sendo muito importante nas infiltrações, característica essa sempre presente nos times dirigidos por Tite. Os dois ficarão como opção no banco. A esperança é que Tite consiga fazer Coutinho, Neymar, Willian e algum dos “Gabriéis” (Jesus ou Barbosa) jogarem juntos, pois, nessa lista, ele não pôde contar com Douglas Costa, do Bayern de Munique, que se recupera de uma lesão. O resultado, no momento, é o mais importante para o início de trabalho. Porém, um time leve, com o DNA do futebol brasileiro, é o sonho de todos. Se Tite não for capaz de concretizá-lo, não sei quem será.