Governo da Colômbia e Farc assinam acordo

PAZ APÓS 52 ANOS O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o número um das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como “Timochenko”, assinaram, ontem, em Cartagena, o acordo de paz que coloca um fim ao conflito armado que assola o país há 52 anos. Após quase quatro anos de negociações em Cuba, o acordo foi anunciado em 24 de agosto. A cerimônia contou com a presença de mais de dez chefes de Estado da América Latina, como os presidentes Raúl Castro (Cuba), Nicolás Maduro (Venezuela), Michelle Bachelet (Chile), Mauricio Macri (Argentina), entre outros. Também participaram o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry. Cerca de 2.500 pessoas foram ao local presenciar o evento histórico. No início da cerimônia, foi feito um minuto de silêncio em homenagem “aos colombianos ausentes”. Depois, os líderes foram chamados para assinar o acordo. As canetas usadas na assinatura foram fabricadas com cartuchos de projéteis .50, usados em metralhadoras e fuzis, submetidas a processo de limpeza e convertidas em peças que levam a frase “As balas escreveram nosso passado. A educação, nosso futuro”. O presidente da Colômbia afirmou que o acordo de paz é a “melhor notícia em meio de um mundo convulsionado pela guerra e violência”. Santos destacou ainda que as Farc seguirão como movimento político, sem uso de armas. “Trocar as armas por ideias: foi a decisão mais valente, mais inteligente”. “Esse é o dia que renascemos para entrar numa nova era de construção de paz. Que ninguém duvide que vamos hastear a política sem armas. Preparemos todos para desarmar as mentes e os corações”, acrescentou Londoño. “Que Deus bendiga a Colômbia. Acabou a guerra, estamos começando a fazer a paz”, completou o líder das Farc. Para entrar em vigor, o acordo deve ser aprovado em um plebiscito convocado para 2 de outubro. As pesquisas recentes indicam a vitória do “Sim”.