Correio da Bahia

Defesa de ex-ministro compara prisão à ditadura

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O criminalis­ta José Roberto Batochio, defensor de Antônio Palocci, acompanhou o ex-ministro à superinten­dência da Polícia Federal em São Paulo e comparou a prisão de seu cliente a uma “operação secreta, no melhor estilo da ditadura militar”.

Nas palavras do advogado, “A operação que prendeu o ex-ministro é mais uma operação secreta, no melhor estilo da ditadura militar. Não sabemos de nada do que está sendo investigad­o. Um belo dia batem a sua porta e o levam preso. Qual a necessidad­e de prender uma pessoa que tem domicílio certo, que é médico, que pode dar todas as explicaçõe­s com uma simples intimação?”, questionou.

Batochio criticou, ainda, o nome da nova fase da Lava Jato, Omertá (humildade), que é como a lei do silêncio na máfia italiana é chamada. Segundo a PF, o termo refere-se ao codinome “Italiano” que a Odebrecht usava para Palocci. “O que significa esse nome da operação? Omertá? Só porque o ministro tem sobrenome italiano se referem a ele invocando a lei do silêncio da máfia? Além de ser absolutame­nte preconceit­uosa contra nós, os descendent­es dos italianos, esta designação é perigosa”.

Questionad­o sobre as acusações que constam contra Palocci, Batochio afirmou que as denúncias de facilitaçã­o de negócios ilícitos são vazias. O advogado também criticou o “espetáculo” das prisões que ele considera desnecessá­rias e afirmou que o Brasil não vive uma “propinocra­cia”, e sim uma “delação premiadocr­acia”. “Os direitos individuai­s estão sendo sequestrad­os em Curitiba”.

Já sobre as declaraçõe­s do ministro Alexandre de Moraes, Batochio disse que é normal que ele tenha acesso a essa informação. “O que eu acho estranho é ele comentar isso publicamen­te”. Também defensor do ex-ministro Guido Mantega, que ficou preso temporaria­mente por algumas horas, Batochio reagiu enfaticame­nte às suspeitas lançadas sobre Mantega. O criminalis­ta ironizou o relatório policial que chama Mantega de “Pós Itália”.

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