Correio da Bahia

Família diz que filho de casal morto em Placaford é inocente

- BRUNO WENDEL

VIOLÊNCIA Parentes do estudante de Engenharia Mecânica Bruce Habib, 25, filho do casal morto em um loteamento de classe média alta, no Jardim Placaford, no último domingo, acreditam na inocência do jovem. Único sobreviven­te do crime, ele também foi amarrado como os pais, mas conseguiu escapar dos criminosos, que ainda não foram presos. Sobrinhos, filha e a irmã de uma das vítimas foram ouvidos ontem no Departamen­to de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, mas o conteúdo dos depoimento­s não foi divulgado. Os corpos do projetista industrial Renato Giffoni Habib, 58 anos, e da dona de casa Nélida Cristina Oliveira Habib, 55, encontrado­s amarrados e amordaçado­s na casa onde moravam há 22 anos, foram enterrados, na manhã de ontem, no cemitério Campo Santo, na Federação. “A família achou melhor que ele (Bruce) não viesse (ao enterro) para evitar o assédio da imprensa. Ele passou o domingo e a segunda prestando depoimento à polícia. Para nós, que lidamos com o Direito, é comum ter como principal suspeito uma testemunha no caso em que não há mais ninguém na cena de um crime. Só a investigaç­ão para dizer. Mas a família não acredita no envolvimen­to dele nas mortes”, declarou um primo, que é advogado. A delegada Andrea Ribeiro, coordenado­ra da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/ Atlântico), disse anteontem, em uma coletiva no DHPP, que a polícia trabalha com linhas de investigaç­ão e que o envolvimen­to do filho pode ser uma delas. Ontem, ela não deu novas entrevista­s. “Ele os amava. No Facebook de Bruce tem várias declaraçõe­s de amor à mãe. Ele e o pai eram muito amigos”, declarou o primo, que preferiu não se identifica­r. Além de amarrado e amordaçado, o casal foi encontrado com marcas de tiros na cabeça. O crime deixou os moradores do loteamento, que possui uma rua com três saídas, guarita e 126 casas, chocados. À polícia, Bruce contou que foi separado dos pais, na hora do ataque. Enquanto os pais eram mantidos reféns no andar térreo, ele estava amordaçado e amarrado no anexo da casa. O primo ouvido pelo CORREIO no enterro acredita na possibilid­ade de as mortes terem sido resultado de uma tentativa de assalto. “A casa estava à venda (uma placa pode ser vista na frente do imóvel). O que pode ter acontecido é que alguém pode ter se passado por comprador, o que facilitou a entrada dos criminosos à casa”, disse ele. Um revólver calibre 38, que Renato Giffoni guardava dentro de casa, desaparece­u no dia do crime. “Acredito que na hora que os bandidos faziam uma busca por dinheiro, podem ter encontrado a arma e acharam que ele era policial e os mataram”, afirmou.

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Familiares de Renato e Nélida se emocionam durante enterro do casal no Cemitério do Campo Santo

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