Acusados vão a júri popular pela morte de cinegrafista
DECISÃO DO STJ O Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou ontem que houve dolo eventual na morte do cinegrafista Santiago Andrade. Com a decisão do STJ, os acusados Caio Silva de Souza e Fábio Raposo Barbosa vão a júri popular. O cinegrafista da TV Bandeirantes foi atingido por um rojão disparado por manifestantes, em 2014, enquanto fazia a cobertura jornalística de um protesto. A decisão do STJ reverte a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e mantém o entendimento do Ministério Público do Estado (MPRJ). Souza e Barbosa foram denunciados pelo MPRJ por homicídio qualificado com dolo eventual (quando se assume o risco de matar). A defesa dos acusados recorreu da decisão ao TJ-RJ, que não reconheceu o dolo eventual e afastou o julgamento do júri popular. O
MPRJ, então, recorreu ao STJ. Caio e Fábio estão soltos desde 2015 porque a Justiça entendeu que eles não tiveram intenção na morte – a decisão do STJ contraria esse entendimento. Se condenados, os dois podem pegar até 30 anos de prisão. A defesa ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal para tentar transformar a acusação em homicídio culposo e retirar o caso de júri popular.