24h Gleisi e ex-ministro Paulo Bernardo se tornam réus da Lava Jato no STF
CORRUPÇÃO E LAVAGEM Por unanimidade, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou ontem a denúncia contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. Com a decisão - tomada um ano e meio após o início da investigação formal contra ambos -, a petista se tornou a primeira senadora ré na Lava Jato, acusada da prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O caso faz parte do conjunto inicial de inquéritos abertos em março de 2015 pelo Supremo contra parlamentares suspeitos de se beneficiar do esquema de corrupção na Petrobras. A investigação foi convertida em acusação formal pela Procuradoria-Geral da República em maio deste ano, quando o casal virou alvo de denúncia na Corte. A senadora é a terceira parlamentar do Congresso a responder no STF a uma ação penal da Lava Jato. Antes dela, viraram réus o deputado cassado Eduardo Cunha, por duas vezes, e o deputado Nelson Meurer (PP-PR). O Supremo tem mais sete denúncias já oferecidas pela PGR para serem analisadas e ao menos outros 31 inquéritos abertos pelo Ministério Público e Polícia Federal. Gleisi e Bernardo são acusados de receber R$ 1 milhão de propina por meio do esquema de corrupção na Diretoria de Abastecimento da estatal durante a gestão de Paulo Roberto Costa. O dinheiro, segundo a investigação, abasteceu a campanha da petista ao senado em 2010 e foi solicitado por Paulo Bernardo ao ex-diretor da Petrobras. Ele e o doleiro Alberto Youssef revelaram o repasse em delação premiada. Gleisi disse que recebeu com “profunda tristeza” a decisão do STF, mas que agora terá a oportunidade de provar sua inocência. Para os advogados do casal, a denúncia não apresentava provas.