Hillary e Trump trocam acusações e ironias em seu primeiro debate
ELEIÇÕES NOS EUA Os candidatos Hillary Clinton, do Partido Democrata, e Donald Trump, do Partido Republicano, participaram, anteontem à noite, de um tenso debate sobre suas propostas para a Presidência dos Estados Unidos. Eles disputarão as eleições no próximo dia 8 de novembro. O debate, que ocorreu na Universidade de Hofstra, em Long Island, Nova York, durou 95 minutos, e foi marcado por intensa troca de acusações e ironias. O embate foi transmitido ao vivo para todo o país e registrou recorde de audiência com 84 milhões de espectadores. O número supera o recorde anterior, do debate entre Jimmy Carter e Ronald Reagan em 1980, que foi assistido por 80,6 milhões de telespectadores. Além dos canais de TV, a audiência se espalhou para transmissões ao vivo pela internet, em plataformas como o Twitter, YouTube e Facebook, que não teriam sido incluídas na metodologia tradicional da Nielsen. Foram 55 milhões de visualizações relacionadas ao debate nos vídeos ao vivo do Facebook e, só nos EUA, 18,6 milhões de pessoas geraram 73,8 milhões de curtidas, postagens, comentários e compartilhamentos. De acordo com pesquisas qualitativas feitas com eleitores e divulgadas ontem, Hillary venceu o primeiro debate. Segundo pesquisa da rede CNN, para 62% dos entrevistados, Clinton se saiu melhor. A ex-secretária de Estado manteve a calma, projetou confiança, valorizou sua experiência e conseguiu colocar o adversário na defensiva, com acusações de racismo, sexismo e despreparo. O bilionário atuou de maneira mais contida do que nas primárias de seu partido, quando distribuiu insultos e se referiu aos adversários com apelidos depreciativos. Durante os 90 minutos do debate de segunda-feira, o bilionário não usou nenhuma vez o termo “Hillary trapaceira” com o qual costuma se referir à candidata democrata. Apesar das expectativas de que iria mostrar um comportamento mais frio, mais presidencial, diferentemente do que mostrou durante a campanha nos estados, Donald Trump começou o debate interrompendo repetidamente Hillary Clinton, inclusive elevando o tom de voz. Muitas vezes, durante o debate, ele ficava com a respiração ofegante, aparentando estar nervoso.