Para trabalhar e morar
Ele nem havia completado ainda 20 anos de idade, quando ouviu falar que em Camaçari era fácil conseguir dinheiro e ganhar bem porque teria muita fábrica por lá. O hoje aposentado Geraldo Batista, 75 anos, saiu de Sergipe com destino àquela que seria a sua terra das oportunidades. “Vim aqui e não fiquei um dia sequer sem trabalhar. Me aposentei na antiga Copene como segurança do trabalho”, conta.
Em Camaçari, onde mora há 56 anos, o aposentado vê sua história de vida se misturar à transformação do município, que comemora hoje 258 anos de fundação. “Tenho 9 filhos e todos eles nasceram aqui. São mais 23 netos e seis bisnetos. Tenho filha médica, filho engenheiro disso, outro filho engenheiro daquilo. Vi essa cidade mudando esse tempo todo com a chegada de muita gente que estava em busca de emprego”, lembra ele.
Localizada a 40 km da capital, Camaçari deixou de ser o lugar de onde as pessoas voltavam para Salvador ao final do expediente. Hoje, elas permanecem, como afirma o prefeito, Ademar Delgado. “Desde a criação do Polo (1978), Camaçari passou a atrair muita gente. A fixação destes trabalhadores aumentou a diversidade econômica do município e a demanda por serviços e infraestrutura, o que tem sido um grande desafio para administração”, destaca.
Atualmente, Camaçari responde por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) baiano e representa 30% das exportações do estado. Grande parte deste desempenho é puxada pelas 100 operações no Polo Industrial, que alcançam juntas um faturamento anual de, aproximadamente, US$ 15 bilhões e chegam a gerar 45 mil empregos
Camaçari faz 258 anos e moradores ganham mais oportunidades
diretos e indiretos.
A aposentada Maria Solange dos Santos, 59 anos, é do tempo em que as pessoas iam trabalhar no Polo na boleia do caminhão. “Me aposentei há 2 anos, trabalhando como auxiliar de serviços gerais e logo quando o Polo começou a operar, a gente ia para a empresa no pau de arara, fizesse chuva ou sol. Criei meus quatro filhos, fiz a minha casinha com esse suor do Polo”, afirma.
Solange não imaginava que a cidade fosse se desenvolver tanto e em tão pouco tempo. “Hoje, o ônibus chega perto de casa, da feira, do supermercado. Há médico e curso técnico para os netos. Dá muita oportunidade para crescer”.
BONS NEGÓCIOS
Camaçari expandiu a sua vocação até então petroquímica para outros ramos de atividade