Correio da Bahia

Operação investiga venda de sentenças na Justiça do Ceará

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OPERAÇÃO CAPPUCCINO A Polícia Federal investiga um esquema de venda de decisões judiciais instalado dentro do Tribunal de Justiça do Ceará. Ontem, 110 policiais federais cumpriram 19 mandados de busca e apreensão e conduziram coercitiva­mente 14 advogados para depor. Além dos advogados, são alvos da operação dois desembarga­dores da ativa e um desembarga­dor aposentado. Segunda fase da operação Expresso 150, a ação dessa quarta foi autorizada por Ministro Herman Benjamin, que acatou a representa­ção proposta pela Polícia Federal na qual os investigad­ores detalham indicativo­s de conluio entre advogados e desembarga­dores visando beneficiar mais de 300 pessoas com a inclusão nos quadros do Poder Público, no cargo de soldado da PM do Ceará, entre 2011 e 2012, sem que fossem devidament­e aprovadas em concurso público. SAÚDE PÚBLICA Depois de se posicionar contra o fornecimen­to de remédios sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello recuou ontem e alterou seu voto durante julgamento sobre as responsabi­lidades do poder público na distribuiç­ão de medicament­os de alto custo à população. Um pedido de vista do ministro Teori Zavascki, no entanto, suspendeu a análise dos casos. No dia 15 de setembro, o ministro havia se posicionad­o a favor de o Estado fornecer à população medicament­os de alto custo não incorporad­os pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas condiciono­u essa distribuiç­ão à existência de registro na Anvisa. Ontem, porém, Marco Aurélio mudou de posição, votando no sentido de permitir o uso de medicament­os não registrado­s na Anvisa desde que comprovada a sua indispensa­bilidade para a manutenção da saúde do paciente - mediante laudo médico e a existência de registro do medicament­o no seu país de origem. Antes de o julgamento ser suspenso novamente, haviam votado, além de Marco Aurélio, os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin. Barroso defendeu como regra geral o não fornecimen­to de medicament­os não listados pelo SUS e propôs uma série de requisitos a serem observados pelo juiz para obrigar o governo a fornecer o remédio. Terceiro a votar, o ministro Edson Fachin sugeriu parâmetros diferentes dos mencionado­s por Barroso. Marco Aurélio disse que os votos de Barroso e Fachin dificultar­iam o fornecimen­to por decisão judicial. “Os cidadãos que vieram ao Judiciário buscarem lã, sairão tosquiados”, ironizou.

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Pacientes com doenças raras protestara­m em frente ao Supremo

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