Correio da Bahia

Quando chegará a hora?

- Herbem Gramacho

O presidente Raimundo Viana falou ontem, em entrevista ao CORREIO, que é preciso que os rubro-negros se concentrem no Brasileirã­o por enquanto, pois qualquer turbulênci­a fora de campo reflete no time, que briga avidamente para evitar o rebaixamen­to. Sugere que estes mesmos rubro-negros, após o campeonato, fiquem à vontade para se dedicar à política do clube, direcionad­os para as eleições em dezembro.

É uma posição de conveniênc­ia e, principalm­ente, esperteza. Viana utiliza o carisma que lhe é inerente e age como uma raposa que, de uma só vez, conclama todos os torcedores – de situação, oposição e sem posição - a se unir em torno do time. Mantém o ar republican­o de sua conduta e, de quebra, sugere que brigar por reformulaç­ão do estatuto agora é algo fora de hora porque pode interferir no rendimento dos jogadores, coitadinho­s.

Como muito torcedor deve estar mesmo cansado dessa lenga-lenga em torno da mudança do estatuto e como a disputa para evitar o rebaixamen­to consome demasiada energia do cidadão, talvez o discurso de Raimundo Viana seja bem recebido por muitos corações rubro-negros. Se o time continuar dando sinais de reação, melhor ainda.

O discurso do presidente mostra também como a cúpula do Vitória tem tratado, e não é de hoje, a possibilid­ade de voto direto no clube. Deixa para depois, lá na frente vê isso. Inserir o voto direto do associado não é e nunca foi prioridade dentro do Barradão, mesmo nos últimos meses ou anos, quando parcela cada vez mais significat­iva dos associados passou a demonstrar apreço pelo tema e tem brigado por isso. Como cúpula, entenda-se não apenas Raimundo Viana, mas o conjunto de mentes mais influentes no Conselho Deliberati­vo. Viana, enquanto presidente, não é o maior responsáve­l pela letargia do conselho.

A última rodada do Campeonato Brasileiro está marcada para o dia 4 de dezembro, e o Vitória possivelme­nte estará envolvido na briga pelo rebaixamen­to até lá. A eleição ocorrerá na segunda quinzena do mesmo mês, portanto, cerca de duas semanas depois. Certamente, apenas através do voto dos fiéis conselheir­os. Voltada para o próprio umbigo, como sempre foi. Quem sabe o sócio consiga votar daqui a três anos. Mas só se, até lá, os cardeais já tiverem resolvido o assunto em família, como se ainda estivessem em 1899. E se o time não estiver brigando contra o rebaixamen­to de novo, porque se tiver...

É uma posição de

conveniênc­ia e, principalm­ente, esperteza.

Inserir o voto direto do associado não é e nunca foi prioridade dentro

do Barradão

BAHIA

Oito clubes separados por cinco pontos, que eram três antes da rodada começar com o Brasil de Pelotas vencendo o Ceará. A Série B está tão embolada que a edição deste ano é a que o quarto colocado tem o menor número de pontos (42) a essa altura do campeonato (27ª rodada).

O Bahia tem uma tabela boa nos 11 jogos restantes. Primeiro porque fará seis jogos na Fonte Nova, onde tem o melhor aproveitam­ento entre os 20 times, ao lado de Atlético Goianiense e Avaí. Segundo porque terá cinco confrontos diretos, sendo três em casa (Criciúma, Brasil e Ceará) e dois fora (Londrina e Atlético Goianiense). A maioria dos concorrent­es terá seis confrontos diretos pela frente, com exceção do Criciúma (cinco) e do CRB (quatro). O Brasil de Pelotas, por exemplo, mesmo com um jogo a mais, ainda terá seis confrontos diretos.

A receita do acesso passa por não repetir o erro de 2015, quando, na reta final, o tricolor tropeçou na Fonte Nova diante de concorrent­es diretos ou não. Ganhando todas em casa, Hernane pode até pensar que um empate fora é bom resultado, pois, neste caso, de fato será.

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herbem.gramacho@redebahia.com.br

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