Correio da Bahia

Decisão do STF sobre prisão em 2ª instância deve ser seguida por juízes

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JUSTIÇA O ministro do Supremo Tribunal Federal

(STF), Luís Roberto Barroso, reafirmou que a decisão da Corte de determinar a prisão de condenados em segunda instância deve ser seguida por todos os tribunais e juízes do país. Para Barroso, o novo entendimen­to já estava valendo desde fevereiro, quando o Supremo analisou um habeas corpus e alterou jurisprudê­ncia adotada desde 2009 no Brasil. “O meu ponto de vista é que já a decisão anterior valia para todo Judiciário. Uma decisão do STF fixa uma linha jurisprude­ncial que deve ser seguida por todos os juízes”, disse. Barroso afirmou que o Tribunal Superior existe justamente para “unificar a jurisprudê­ncia e estabelece­r um precedente”. “Pessoas que pensam diferentem­ente têm todo o direito de ressalvar a sua posição pessoal, mas acho que a decisão do Supremo deve ser seguida”, ressaltou. Barroso considerou que a mudança de entendimen­to do Supremo vai contribuir para o combate à impunidade, pois considera que a decisão deve reduzir a duração dos processos. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) criticou a decisão do Supremo. Por meio de nota, a OAB declarou que a mudança de entendimen­to causará graves injustiças com a prisão de inocentes. Para a instituiçã­o, os réus menos favorecido­s serão os mais prejudicad­os com a medida, que tem efeito vinculante para todos os tribunais do país. “Diante dessa decisão, é necessário que o Poder Público enfrente definitiva­mente o drama do desumano sistema carcerário, cujo ‘estado de coisas’ foi declarado inconstitu­cional pelo STF”, diz. O juiz Sérgio Moro, responsáve­l pelo julgamento dos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, disse ontem que “crimes cometidos por poderosos encontrarã­o uma resposta na Justiça criminal”. “Com o julgamento de ontem, o Supremo, com respeito à minoria vencida, decidiu que não somos uma sociedade de castas e que mesmo crimes cometidos por poderosos encontrarã­o uma resposta na Justiça criminal”, declarou.

A força-tarefa da Operação Lava Jato afirmou ontem que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizand­o execução penal após condenação judicial em segunda instância, “respeita os direitos fundamenta­is não só dos réus, mas também das vítimas e da sociedade”. Os delegados de Polícia Federal (PF) também divulgaram nota em que sustentam que “há um anseio da sociedade pela rápida conclusão dos processos”. Os delegados classifica­ram como “fundamenta­l” a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autoriza prisão a partir de sentença em segundo grau.

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