Assessor de Palocci tenta suicídio
Ricardo Berzoini, Jaques Wagner, Antonio Palocci e Erenice Guerra, entre outros.
A investigação relacionada ao PMDB no Congresso terá como investigados, além de Renan, os senadores Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA); o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado; o deputado cassado Eduardo Cunha e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, entre outros.
Em nota, a assessoria do PP afirmou que o partido “não compactua com atos ilícitos e acredita no trabalho da Justiça para esclarecer os fatos”. Procurados, os presidentes do PP, Ciro Nogueira, do PMDB, Jucá, e do PT, Rui Falcão, não foram encontrados.
O senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que é um dos investigados, acusou os procuradores de atuarem de maneira seletiva. Ele questionou o fato de não haver nenhum membro do PSDB no inquérito do “quadrilhão”. Segundo Jader, o esquema de corrupção da Petrobras começou na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
OS QUATRO INQUÉRITOS Apesar de ser um esquema amplo na Petrobras, as investigações apontam para existência de subesquemas na estatal, na qual cada partido dominava uma diretoria e atuava em desvios nos contratos de cada uma delas. As investigações apontam que o PP atuava para desviar valores da Diretoria de Abastecimento. A partir daí, havia pagamento de propina para políticos ligados ao partido.
Já o PT atuava nos contratos da Diretoria de Serviços, enquanto o PMDB tinha como foco desviar recursos da Diretoria Internacional, segundo as investigações. O juiz federal Sérgio Moro determinou a transferência do antigo assessor do ex-ministro Antonio Palocci da Superintendência da Polícia Federal no Paraná para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde estão os presos da Operação Lava Jato. Preso na Operação Omertà na última semana de setembro, Branislav Kontic tentou suicídio na cela da PF, ingerindo 40 comprimidos no sábado.
Brani, como é conhecido, foi levado ao Hospital Santa Cruz, em Curitiba, “para acompanhamento médico e a realização de exames”, segundo a PF. Ao pedir autorização para remover Brani, o delegado Igor Romário de Paula argumentou que no Complexo Médico, o ex-assessor de Palocci ficará “sob acompanhamento especializado e à disposição deste juízo”. Na segunda-feira, Moro autorizou o deslocamento de Brani para o Complexo Médico Penal.
A investigação da Omertà afirma que Palocci, com “importante e constante auxílio” de Branislav Kontic atuou em favor dos interesses do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal. A força-tarefa diz ter e-mails e anotações que comprovam as acusações contra o ex-ministro.
Desde que foi preso, Antonio Palocci e a empresa de consultoria dele tiveram R$ 61,7 milhões bloqueados. Segundo o Ministério Público Federal, a atuação do ex-ministro se deu, inclusive, no período em que exerceu relevantes funções públicas, envolvendo constante interlocução e diversos encontros.