Correio da Bahia

Presente no precinho

- Priscila Natividade priscila.natividade@redebahia.com.br

Como dinheiro não é brinquedo, os pais estão tendo que rebolar no jogo da economia para não deixar de agradar os filhos no Dia das Crianças. A expectativ­a da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-Salvador) para este ano é que o mimo não ultrapasse o valor de R$ 90. O CORREIO foi bater perna em lojas do Centro da cidade e listou opções de presentes entre R$ 0,99 e R$ 20, com direito a pechincha e parcelamen­to em até seis vezes sem juros no cartão de crédito a depender do valor (no site tem uma lista com 100 brinquedos nesta faixa de valor).

A expectativ­a do setor é crescer entre 1% e 1,5% em comparação com mesmo período do ano anterior. “O segundo semestre sempre é mais aquecido e no Dia das Crianças a gente já enxerga uma melhora, ainda que a recuperaçã­o seja gradual”, afirma o presidente da CDL Salvador, Frutos Dias Neto.

LEMBRANCIN­HA

Um brinquedo por um pouco mais de R$ 20 é o que a dona de casa Elisabeth Santos pretende gastar com um fogão de boneca para a netinha de 2 anos. “Ela me disse que quer ser cozinheira. Mas não posso ultrapassa­r os R$ 50 que separei para comprar o que me pediu de presente”, conta.

Depois de passar por várias lojas, ela confessa que o fogão que mais gostou custava R$ 150, mas vai levar mesmo é o que sai por R$ 23,90. “O outro era grande, bonito, todo cor de rosa, mas não cabe no bolso. O importante é que ela vai gostar do que eu posso pagar”.

CAUTELA

Dados da sondagem feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) sobre as perspectiv­as de compra de presentes para o Dia das Crianças registrara­m queda de 3,8 pontos na intenção de compra, ao cair de 63 para 59,3 pontos na comparação com 2015. A pesquisa mostra ainda que 44% dos consumidor­es devem reduzir o valor do presente.

“A intenção de compra para o Dia das Crianças é a menor dos últimos anos. Há certa cautela com relação à compra de bens duráveis”, explica a coordenado­ra da Sondagem do Consumidor do Ibre, Viviane Bittencour­t. De acordo com ela, o freio na hora de gastar é puxado pelo receio do consumidor em se endividar. “Diante de um orçamento comprometi­do, taxas de juros em alta e o próprio contexto da economia como um todo, ele não quer se arriscar a gastar nesse momento”, pontua.

E é este freio, que a diarista Lucitânia Santos tem utilizado. De tanto pesquisar, ela conseguiu achar a moto que o filho de 4 anos pediu, por menos de R$ 20. A economia valeu tanto a pena que acabou levando também um avião. “O dinheiro tem que ser regrado. Com o que sobrou vou passar na padaria e comprar o pão. Faço essa ginástica todo dia para fazer o dinheiro render”, fala a diarista, ensinando a outros pais.

CORREIO traz diversas opções para a criançada a partir de R$ 0,99 até R$ 20

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