Correio da Bahia

‘EU TIVE DE

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Acho que não. Posso dizer com 100% de certeza que a questão física foi o principal problema para que eu não rendesse o que eu podia. Tive uma lesão de grau 2, no posterior da coxa, num torneio na Flórida, pelo Atlético, no jogo contra o Corinthian­s. Foi uma lesão até estranha, que não senti nada, depois vi que tinha a lesão. Acabou pesando para que não conseguiss­e desempenha­r o futebol que todos esperavam. Se eu tivesse que dar uma nota para a minha temporada no Atlético, daria uma nota seis. Seis é uma nota regular. Eu poderia ter feito mais no Atlético, porém... Nesses quase dois últimos anos, eu estava bem abaixo da minha questão física. Pode-se dizer que no Atlético eu fiz um campeonato bom. Fiz nove gols no Brasileiro, fui o vice-artilheiro do time, sem contar que eu não era o batedor de pênalti. O Lucas Pratto era o batedor de pênalti Não. Comecei a passar por isso em outubro de 2014. É que antes eu procurava não falar sobre isso, pois hoje superei, estou bem, motivado, com vontade. Antes evitava falar, não tocava nesse assunto, porque é uma coisa complicada, né? Muito delicada. Lá no Santos mesmo, só algumas pessoas sabiam disso. A psicóloga, algumas pessoas lá, jogadores... Só quem passa por isso sabe o quanto é complicado. Um jogador sem motivação, sem vontade, que do dia pra noite perde a alegria de fazer o que mais gosta. Isso influencia em tudo, né? Hoje estou recuperado. Treino à parte, como todos sabem, porém me sinto normal fisicament­e, como sempre fui. Me sinto com resistênci­a, me sinto alegre pra jogar. Foi depois do jogo do Vila Nova. Parece que primeiro o pessoal do Bahia, o Nei Pandolfo (diretor de futebol), comunicou ao meu empresário pra falar. Depois ele me mandou mensagem, no dia seguinte. Até fui lá, a gente conversou. Aí falaram que não tinha dado certo, né? Que eles decidiram tomar essa decisão de afastar a mim e outros jogadores. Falei que entendia, respeitava, que iria cumprir a minha obrigação com o clube. No início falaram para vir em horários alternados da programaçã­o do elenco. Hoje treino no mesmo horário, mas não com o elenco. Treino com jogadores que estão em transição, às vezes trazem uns jogadores do sub-20 para fazer um treino de posse de bola, um joguinho, campo reduzido. Não tive problema nenhum. O fato de eu não ter conseguido render o que posso não teve relação com jogador, ninguém da comissão, nada, nada, nada. O grande empecilho foi justamente a questão física. Por causa da questão da depressão. Pode-se dizer que tem coisa de uns três meses, desde que fui afastado, que me sinto normal, fisicament­e falando. Com alegria para treinar, com vontade de jogar, feliz. Antes perdia a alegria, a felicidade de jogar, tudo devido à depressão. Isso é uma coisa que a gente houve falar muito de casos, né? Realmente fiquei muito abatido, muito triste, não tinha vontade de nada. Pode-se dizer que 100% do fato de não ter conseguido render foi devido a esses problemas na minha parte física e motivacion­al.

No início, ainda no Santos, tomei algumas medicações para acalmar, né? Pra dormir, pra pessoa ficar tranquila, pois estava com dificuldad­e de dormir, de alimentaçã­o... No Santos, cheguei a perder sete quilos. Estava com 76kg e cheguei a baixar para 69kg. Dava três voltas no campo trotando e era como se tivesse jogado 90 minutos, de como eu ficava cansado. Então abalou muito mesmo. Só minha família, que acompanhou e viu de perto, para saber como foi difícil. Não é fácil um jogador passar por isso. Entrar em campo para jogar sendo que não está motivado. Mas tive ali um tratamento de uns 6 a 9 meses, que

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