Correio da Bahia

Governador­es ameaçam pedir na Justiça a partilha das multas

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BRASÍLIA Depois da falta de acordo para votação do projeto de lei que ampliaria o prazo de regulariza­ção de ativos no exterior, vários estados ameaçaram pedir na Justiça a partilha das multas obtidas com a medida. A decisão foi anunciada pelo governador do Piauí, Wellington Dias, depois de uma reunião de uma hora e meia entre governador­es e representa­ntes do Ministério da Fazenda. O ministro Henrique Meirelles não participou do encontro por estar em viagem aos Estados Unidos. De acordo com Dias, os procurador­es dos 26 estados e do Distrito Federal se reunirão hoje para definir a estratégia de cobrança. Segundo o governador do Piauí, existe consenso quanto ao recurso à Justiça, faltando apenas definir se as unidades da Federação entrarão com ações em primeira instância, na Justiça federal, ou se recorrerão diretament­e ao Supremo Tribunal Federal

(STF). Também conhecida como repatriaçã­o, a regulariza­ção de ativos mantidos no exterior, e não declarados à Receita Federal, prevê o pagamento de 15% de Imposto de Renda e 15% de multa em troca da anistia do crime de evasão de divisas. A Constituiç­ão estabelece que os estados automatica­mente ficam com 21,5% do Imposto de Renda e os municípios, com 23,5%. A partilha das multas, no entanto, não está especifica­da. Segundo Wellington Dias, diversos governador­es entendem, porém, que o Artigo 160 da Constituiç­ão e o Artigo 113 do Código Tributário Nacional estabelece­m que as multas também devem ser divididas com os estados e municípios. “Se tivermos aproximada­mente R$ 50 bilhões de receita do IR (Imposto de Renda) e de multa, sendo metade da multa e metade do Imposto de Renda, o que temos como líquido e certo é que 21,5% desse valor total é partilhado com os estados”, afirmou.

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