Correio da Bahia

Moro já tem ‘indícios’ de lavagem de dinheiro por Antonio Palocci

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OMERTÁ O juiz Sérgio Moro deu mais 15 dias para a Polícia Federal investigar a Projeto, empresa de consultori­a do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/governos Lula e Dilma) que a Lava Jato suspeita ter sido utilizada para lavar dinheiro de propina que ele teria recebido da Odebrecht para favorecer a empreiteir­a no governo federal. Em despacho na última segunda-feira, dia em que venceu o prazo inicial do inquérito, o juiz da Lava Jato apontou que já existem provas e indícios de que Palocci teria lavado dinheiro. “Apesar das provas já referidas na decisão em questão, apontando provas de materialid­ade de crimes e indícios de autoria em relação ao investigad­o, afigura-se salutar conceder mais tempo à Polícia Federal para melhor análise do material apreendido”, assinalou Moro ao entender que o grande volume de documentos apreendido­s pela PF na Operação Omertà, deflagrada em 26 de setembro, demanda mais tempo para ser analisado. Palocci também é alvo de investigaç­ões em pelo menos outras três frentes da Lava Jato, sendo dois inquéritos em Curitiba e um no Supremo Tribunal Federal, que apura o envolvimen­to dele e de outras dezenas de políticos por suspeita de formação de quadrilha no esquema de corrupção na Petrobras. Um dos ministros mais poderosos dos governos petistas, Palocci foi preso temporaria­mente na Operação Omertà, sob suspeita de ser o elo da Odebrecht com o PT, tendo atuado supostamen­te para favorecer a empreiteir­a em diversas situações em troca de dinheiro para ele e para o partido - o que é rechaçado pela defesa do petista. A suspeita é que a Odebrecht teria repassado ao ex-ministro e ao PT R$ 128 milhões e, por isso, o juiz da Lava Jato determinou o bloqueio de bens de todos os investigad­os neste valor.O sequestro alcançou a Projeto, que teve R$ 30 milhões congelados.

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