Correio da Bahia

24h Secretário da Segurança do Rio pede demissão um dia após tiroteio

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NOVO COMANDO O secretário estadual da Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, entregou a carta de demissão aos governador­es Francisco Dornelles (em exercício) e Luiz Fernando Pezão (licenciado). Ele deixa o cargo nos próximos dias. O pedido de demissão foi entregue no mesmo dia em que a capital fluminense enfrentou intenso tiroteio por conta de confrontos entre a polícia e traficante­s. Para o seu lugar, Beltrame indicou o subsecretá­rio de Planejamen­to e Integração Operaciona­l, Roberto Sá. A saída de Beltrame já era esperada para depois da Olimpíada.

Sobre os sucessivos boatos da sua saída, o secretário costumava responder de forma categórica que não deixaria o cargo. Nos últimos meses, no entanto, passou a dizer apenas que “era questão de foro íntimo”. Beltrame, responsáve­l pela implantaçã­o do projeto das Unidades de Polícia Pacificado­ra (UPP), foi o secretário que mais tempo permaneceu no cargo. Ele completari­a 10 anos à frente da pasta em novembro. No dia seguinte ao intenso tiroteio que resultou em três mortos no Morro Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio de Janeiro, a região ainda tenta retomar à rotina. Na manhã de ontem, uma escola e uma creche ficaram fechadas na comunidade, e o comércio na Rua Sá Ferreira, que dá acesso ao morro, em Copacabana, permaneceu fechado. O clima, porém, era mais tranquilo, e as pessoas circulavam normalment­e pela região. Por volta do meio-dia, nove policiais militares faziam a segurança na entrada do morro.

Os bares continuava­m fechados, e nenhum dos comerciant­es da região quis dar declaraçõe­s. O único que aceitou conversar com a reportagem foi o atendente de um hotel que fica ao lado da rua que dá acesso ao Pavão-Pavãozinho. Ele se mostrou resignado com a situação. “A gente que mora aqui no Rio já se acostumou com isso”, disse Luiz Carlos de Oliveira, que há três anos trabalha no hotel. “Mas fazia mais de um ano que eu não via algo como isso que aconteceu ontem”, lembrou.

Em Copacabana, o policiamen­to foi reforçado. Um helicópter­o da Polícia Militar sobrevoou o bairro pela manhã, mas não houve registro de tiroteios e o clima na região estava tranquilo.

Durante a madrugada, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fizeram buscas na mata e patrulhara­m a região, mas não houve confrontos. Na segunda-feira, o comércio chegou a fechar. Traficante­s tentavam abater o helicópter­o da PM.

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Beltrame ficou dez anos no cargo

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