Europeus condenam ataques da Rússia em áreas rebeldes da Síria
DIPLOMACIA A região norte da cidade de Aleppo, na Síria, controlada por rebeldes, foi atingida por ataques aéreos ontem. Ao menos 14 pessoas foram mortas durante o ataque. No sul do país, mais seis mortes foram registradas, incluindo crianças, de acordo com os oposicionistas ao governo de Bashar al-Assad. De acordo com a agência de notícias oficial da Síria, bombardeios também aconteceram na capital, Damasco, incluindo disparos realizados por grupos oposicionistas. As imagens do socorro ao menino Jameel Mustafa Habboush, soterrado após um ataque em Aleppo, correram a Europa ontem. Ele passou horas coberto por escombros, recebendo oxigênio através de um equipamento, depois de um bombardeio. O chanceler britânico Boris Johnson afirmou que “todas as evidências disponíveis” apontam para responsabilidade da Rússia no bombardeio a um comboio de ajuda na Síria. Johnson cobrou da Rússia um “cessar-fogo genuíno”. Em meio às críticas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, adiou por tempo indeterminado uma visita à França. A viagem estava planejada para acontecer na próxima terça-feira e previa a participação de Putin, ao lado do presidente francês, François Hollande, na inauguração de um centro cultural russo e de uma igreja ortodoxa perto da Torre Eiffel, mas os franceses teriam revisado o cronograma, segundo o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov. “Infelizmente, esses eventos foram retirados da programação”, disse Peskov, frisando que cabe aos franceses explicar essa tomada de decisão. Peskov ponderou, no entanto, que Putin poderá visitar a França numa outra data que seja “confortável” para Hollande. Ainda assim, Peskov negou que o cancelamento da visita de Putin seja um reflexo do isolamento internacional que Moscou vem sofrendo devido as suas ações na Síria, onde aviões de guerra russos têm dado apoio ao exército sírio na ofensiva contra Alepo.