Correio da Bahia

Não espere o ano novo para sair das dívidas

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“Dinheiro é sagrado, não aceita desaforo”. Esta é uma máxima muito presente no cotidiano de profission­ais de economia e finanças, mas que também determina muitos passos de cidadãos comuns que sabem administra­r os gastos. Pessoas assim sabem diferencia­r crédito disponível de poder de compra, sabem quanto exatamente sobra do salário no fim do mês e, principalm­ente, sabem exatamente em qual situação financeira se encontram. Mas e quem não sabe nada disso, o que deve fazer?

É muito comum nos depararmos com pessoas que ganham um salário de razoável para bom, teoricamen­te suficiente para proporcion­ar qualidade de vida e manter distância dos boletos atrasados. O problema é que muitas dessas pessoas se esquecem de mensurar quanto de seu rendimento vai para os gastos básicos (luz, água, telefone, supermerca­do), quanto vai para outros gastos constantes (impostos, prestação do apartament­o/carro, combustíve­l, plano de saúde, cafezinho pós-almoço) e quanto sobra para o “poder de compra”.

Apenas tendo essa diferencia­ção, é possível saber em qual situação financeira nos encontramo­s! Mesmo no curto prazo, algumas medidas devem ser tomadas, para que, aos poucos, as coisas se ajustem. O ideal é fazer uma planilha de gastos e, a partir disso, iniciar o corte de atividades supérfluas – aquela viagem de fim de ano pode ser adiada; aquela pizza não é tão fundamenta­l assim durante a semana; seu cachorro pode sobreviver sem aquele brinquedin­ho; e seu cabelo (principalm­ente, os femininos) com certeza não precisa visitar o salão de beleza com tanta frequência.

Outro fator importante é identifica­r a diferença básica entre dinheiro para gastar e crédito. Se uma pessoa recebe, por exemplo, um salário de R$ 3 mil, ela pode obter até R$ 9 mil em crédito apenas visitando três agências de diferentes bancos. A questão é: como será possível, com um rendimento desses, pagar essa dívida, mesmo que em muitas e pequenas parcelas? É praticamen­te impossível, já que os juros podem se tornar uma bola de neve, capaz de acabar com a saúde financeira de qualquer pessoa!

Mesmo com pouco mais de dois meses para 2017, é hora de tomar uma atitude. Busque entender seus rendimento­s, ponha seus gastos na ponta do lápis, utilize seu 13º salário para reduzir as dívidas, planeje-se para entrar no ano novo com mais tranquilid­ade. A troca do calendário não pode servir de desculpa para adiarmos medidas positivas. É possível encontrar um ponto certo, capaz de garantir saúde as suas finanças e de realizar seus sonhos em um prazo razoável. Basta planejar!

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