Moro condena ex-senador Gim Argello a 19 anos
LAVA JATO O juiz Sérgio Moro condenou ontem o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) a 19 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação. Argello foi preso em abril durante a Operação Vitória de Pirro, 28ª fase da Lava Jato. Segundo a investigação, o então senador integrava duas CPIs da Petrobras e teria cobrado R$ 5 milhões de empreiteiras para evitar a convocação de executivos. A Lava Jato diz que Gim recebeu R$ 7,35 milhões da UTC, Toyo Setal e OAS em 2014, ano em que foram instauradas duas CPIs. Em ambas, nenhum empreiteiro foi convocado. Em mais de dois anos de operação, foi a primeira vez que Moro julgou um episódio que envolve o Congresso e não diretamente o esquema na Petrobras. Por isso, o magistrado ordenou que R$ 7,35 milhões fossem confiscados e enviados ao caixa do Congresso. Ao sentenciar o ex-parlamentar, que foi articulador da base de Dilma Rousseff no Congresso, o juiz afirmou que “causa espécie” Gim considerar normais reuniões de parlamentares das CPIs com executivos passíveis de investigação. Moro também impôs a Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, 8 anos e 2 meses por corrupção e lavagem de dinheiro. Outro empreiteiro, Ricardo Pessoa, da UTC, pegou 10 anos e 6 meses, mas como delator da Lava Jato cumprirá pena fixada no acordo.