Correio da Bahia

Sem gargalos, Bahia pode dobrar geração

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A produção de energia eólica já é uma realidade na Bahia, com significat­ivos impactos para a economia local, mas a quantidade de projetos poderia ser de mais do que o dobro, caso investimen­tos públicos previstos em infraestru­tura de transmissã­o tivessem sido realizados no prazo previsto. Se hoje o estado tem projetos em operação e em implantaçã­o que ultrapassa­m os 5,5 mil megawatts, no planejamen­to energético do Brasil projetam-se mais 6 mil megawatts, na dependênci­a apenas de linhas de transmissã­o para ser licitados.

Após dificuldad­es com a falta de sincronia entre a construção de parques eólicos e a implantaçã­o de linhas de transmissã­o há alguns anos, o governo federal passou a exigir que os novos projetos eólicos fossem licitados próximos a estruturas para a transmissã­o da energia e a conexão com o sistema integrado, explica o diretor do Grupo CER, Rafael Valverde, que é especialis­ta em energias renováveis.

“No planejamen­to energético do Brasil existe a previsão de construção de duas grandes linhas de transmissã­o, que vão cortar a Bahia paralelame­nte e permitir a expansão das áreas disponívei­s para implantaçã­o de parques”, explica Valverde.

Segundo ele, a infraestru­tura para a transmissã­o e dificuldad­es para o financiame­nto dos projetos são hoje os principais gargalos para o desenvolvi­mento do setor. “Esses problemas não são baianos. Se o Brasil, que tem um potencial eólico e solar maravilhos­o, quiser continuar se destacando nessas áreas, é fundamenta­l solucionar esses gargalos”, diz.

O consultor no setor energético Filadelfo Souza Filho, da FAS Energias Renováveis, afirma que o potencial total da Bahia é de 20 vezes o que se produz atualmente no estado. Ele explica que este potencial é limitado por “faixas de viabilidid­ade”. “O que se precisa fazer é investir para ampliar essas faixas de viabilidad­e cada vez mais”, diz.

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