Correio da Bahia

O novo vizinho do condomínio Fifa

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Difícil diagnostic­ar onde a sujeira fede mais, na política ou no futebol. Lá íamos nós, ingênuos e esperanços­os, que toda a operação conduzida pelo FBI e outros órgãos investigat­ivos de diversos países iria mudar a Fifa, principalm­ente, após a prisão de duas dezenas de cartolas corruptos.

Pois bem, a amizade é algo que precisa ser “cultivada” no meio esportivo e a forma que determinad­os dirigentes acham que conseguem ser amados e venerados é compartilh­ando o que tem no bolso. Nada é por acaso. Não existe almoço grátis. O “novo” presidente da Fifa, Gianni Infantino, já encontrou a forma de ser bem quisto por boa parte das 211 federações filiadas à entidade. Observe bem. A primeira medida, que a maioria das pessoas com o mínimo de noção já achava catastrófi­ca, é um apoio ao aumento de seleções em Copas do Mundo para 48. As Copas tinham 24 seleções até 1994. Naquele momento, um aumento para 32 era não só justo, como compreensi­vo. Com a queda do muro de Berlim e toda a crise da Europa Oriental surgiram diversos novos países. A Guerra da Iugoslávia, pouco tempo, aumentou ainda mais os membros da Uefa. Além disso, a própria expansão do futebol e de seus profission­ais elevou o nível do esporte pelo mundo.

Um aumento de 50% nas seleções seria péssimo. Transforma­ria a Copa do Mundo num campeonato com um nível técnico mais baixo e com um risco muito maior de lesões para a maioria dos atletas, que já vêm de uma temporada inteira nos clubes europeus, notadament­e, as equipes que mais municiam as seleções. Só uma justificat­iva para isso: política de boa vizinhança. Infantino é o novo morador que quer que todo mundo goste dele. Assim, sai distribuin­do presentes. Na Copa do Mundo, as federações recebem mais grana da entidade, além dos privilégio­s com viagens, hospedagem, jantares extravagan­tes e ingressos. Muitos ingressos. Ainda por cima, avisou que os próximos mundiais poderiam seguir uma tendência recente e serem divididos em mais de um país. Ou seja, a mais gente pra receber turista, mas fan fests, mais exposição de marcas para os patrocinad­ores. Mais grana.

Para completar o prato, o “novo” presidente da Fifa - que mostra que nada tem de novo em suas ações - avisou que irá distribuir R$ 4,45 bilhões para as federações nacionais nos próximos quatro anos. Se os olhos de qualquer um já se espantam com esse valor, imagine os daqueles que, efetivamen­te, podem botar a mão neles.

O ‘novo’ presidente da Fifa - que mostra que nada tem de novo em suas ações - avisou

que irá distribuir R$ 4,45 bilhões para as federações nacionais nos

próximos quatro anos

CHEGOU A HORA

A leoa Amanda Nunes finalmente terá a refeição que pediu. Defenderá seu cinturão do UFC contra Ronda Rousey no final do ano. Se, por um lado, todos já sabem os pontos fracos da ex-campeã e como derrotá-la, como fez Holly Holm há um ano, a própria Ronda conhece seus defeitos e vai tratar de treinar para reduzi-los. A lutadora baiana já se mostrou mais madura e mais consciente dentro do octógono. Passar por Ronda é fundamenta­l para se estabiliza­r entre as estrelas do UFC.

FIM DE SEMANA

Nos próximos dois finais de semana, como ocorreu neste último, crianças de 3 a 12 anos podem participar de uma oficina gratuita de judô do Shopping Paralela, das 14h às 20h. Vale a pena demais incentivar a prática esportiva desde a infância. Já no Bahiano de Tênis, começa amanhã pela tarde a 32ª edição da Bahia Juniors Cup, principal competição infantojuv­enil de tênis do Norte-Nordeste e celeiro de promessas do esporte no país e no mundo, já que conta com atletas de 12 países.

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ivan.marques@redebahia.com.br

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