Carro usado em ataque tinha marca de tiro
clientes. As testemunhas, que suspeitaram do motociclista, chegaram a pensar que aquilo resultaria em uma saidinha bancária. Mas, de acordo com policiais que atenderam ao chamado, logo depois oito homens entraram na agência com o respaldo de outros quatro que ficaram do lado de fora, em dois veículos modelo Doblô (um branco e outro preto), estilhaçaram o vidro ao lado da porta giratória e iniciaram o roubo.
IMAGENS
Câmeras da agência registraram as imagens do ataque, que estão sendo analisadas desde ontem. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) está trabalhando na melhoria das imagens para identificar os bandidos. Eles não usaram nada para cobrir os rostos e isso, de acordo com o delegado Maurício Moradillo, coordenador de Repressão a Roubos Contra Instituições Financeiras do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), vai facilitar a identificação do bando. “A polícia está tomando todas as ações e buscando informações com a perícia do local e do veículo encontrado”, afirmou.
Os clientes da agência se desesperaram quando ouviram o barulho do vidro se estilhaçar. “Pensamos que fosse tiro e as pessoas começaram a correr”, relatou uma cliente. “Todo mundo começou a correr e eles atrás da gente. Eu travei a porta do banheiro. Só vi um com camisa vermelha e com um revólver e todo mundo foi tentando se livrar da morte. Ficou todo mundo apertado, juntos um com o outro (no banheiro)”, relatou uma das vítimas, uma aposentada de 66 anos.
NO LUGAR ERRADO
Durante a ação, os assaltantes tentaram invadir o banheiro onde os funcionários e clientes estavam escondidos imaginando ser o local do cofre da agência, mas não conseguiram. O dinheiro que estava sendo movimentado nos caixas foi levado e clientes e funcionários tiveram aparelhos celulares, correntes e relógios roubados. Segundo a Polícia Civil, o valor ainda está sendo apurado pelo estabelecimento bancário, que foi procurado, mas não se posicionou sobre a ação.
Ninguém se feriu e o bando fugiu na contramão da Araújo Pinho, no sentido do Vale do Canela. A agência assaltada é identificada como “4278-1 Ufba-Canela” e, embora fique próximo de um campus da Universidade Federal da Bahia (Ufba), não está localizada dentro da instituição. Policiais do 18º Batalhão de Polícia Militar (18º BPM/Centro Histórico) foram os primeiros a chegar no local depois de serem acionados por funcionários. Trinta e cinco minutos depois do assalto ao Banco do Brasil do Canela, a Central de Polícia recebeu a informação de um veículo Fiat Doblô branco abandonado na Ladeira Manoel Bonfim, no Engenho Velho da Federação, com uma marca de tiro no para-brisa. Para a Secretaria da Segurança Pública, tudo indica que este seja um dos carros usados na ação - ele tem placa clonada e foi deixado na ladeira que dá acesso à Avenida Vasco da Gama, por onde os bandidos podem ter escapado.
No veículo, conduzido pela 41ª Companhia Independente de Polícia Militar (41ª CIPM / Federação) para a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), havia uma bolsa e alguns envelopes. O carro será periciado. Segundo a polícia, a placa original do automóvel é NYP 4034, que tem registro de roubo no sistema da Secretaria Nacional da Segurança (Sinesp).
Depois do roubo, PMs, Grupamento Aéreo (Graer) e policiais civis do Draco fizeram buscas pelos criminosos na região da Avenida Garibaldi. Um segundo veículo, do mesmo modelo, mas da cor preta, e os suspeitos não foram localizados.