Caçulinha, porém
No sol escaldante das 10h em Vilas do Atlântico, o PFC-Cajazeiras, novo caçula do futebol baiano, treinava em um clube no litoral de Lauro de Freiras. Estranhamente, todos os atletas comandados pelo técnico Barbosinha faziam o tradicional rachão de tênis, incluindo o atacante Sassá, duas vezes artilheiro do Baianão e uma da Copa Governador do Estado. Eram ordens do clube que cedeu o espaço: nada de chuteira de birro no gramado. Quando o treino recreativo estava no auge, o técnico Barbosinha foi abordado por um senhor. “Bom dia, sou tenente da PM. Daqui a pouco teremos nosso baba. Que horas vocês terminam?”, perguntou o policial, que recebeu a resposta-súplica do treinador: “Posso ficar mais 20 minutinhos?”.
São pequenos problemas estruturais superáveis para a pretensão do mais novo clube profissional da Bahia. Hoje, pela Copa Governador do Estado, o Cajazeiras fará seu segundo jogo oficial na história, o primeiro em casa. Quer dizer, não é bem sua casa. O jogo contra o Vitória da Conquista, às 17h15, será no Barradão. É que o futuro reduto, Pituaçu, não conseguiu o laudo de liberação a tempo para o confronto. No primeiro jogo, os cajazeirenses venceram Teixeira de Freitas, por 2x1, fora.
O Pituaçu Futebol Clube Cajazeiras nasceu para ser ousado. O clube recebeu o certificado de profissionalização da Confederação Brasileira de Futebol no dia 14 de setembro e desde então pretende ser a terceira força do estado em três anos. Prazo também que o caçula pretende chegar na Série C do Campeonato Brasileiro. Para isto, precisa ser finalista da Copa Governador do Estado, que garante ao campeão e ao vice uma vaga na Série D e uma na Copa do Brasil de 2017 (o campeão escolhe e o vice herda a que sobrar). O PFC-Cajazeiras quer jogar a Série D.
“Dentro de campo, acho que o clube baiano que chegar primeiro na Série C conquista este posto de terceira potência aqui. Este ano, a Juazeirense e o Fluminense de Feira bateram na trave. Nós vamos investir muito neste objetivo. Queremos ser esta nova força. Lógico, queremos também a primeira divisão do Baianão, mas só será possível depois que disputarmos, ano que vem, a segunda divisão. O caminho mais curto é a Série D”, disse o idealizador e dono do time, o deputado estadual Marcos Antônio Novaes, mais conhecido como Manassés.
Junto com sua empresa, a Onsoccer Brasil, que cuida de transferências e carreira de jogadores, Manassés já havia investido em outros clubes do estado, mas como parceiro. Foram os casos de Galícia e Jacobina, que subiram para a primeira divisão após investimento financeiro da empresa.
“Investimos no Galícia, que estava há 15 anos na segunda divisão estadual, mas não deu certo. Lá tinha muita gente que mandava e o clube tinha muitas dívidas, o que não era interessante para nós. Procuramos então o Jacobina, que só existia documentação, mas estava inativo. Atualizamos tudo, pagamos as dívidas e investimos. Porém, coloquei uma pessoa que achava que era de confiança na frente do clube, ele assinou uma parceria com a prefeitura e acabou nos enganando. Resumindo, can-
PFC-Cajazeiras fará seu primeiro jogo oficial em Salvador hoje