Correio da Bahia

24h Maníaco da seringa: imagens de falsos suspeitos circulam na web

- BRUNO WENDEL

INVESTIGAÇ­ÃO Ao menos três fotos de falsos suspeitos de participar dos ataques com uma seringa na capital estão sendo compartilh­adas nas redes sociais. A Polícia Civil, no entanto, ainda não tem o retrato falado do homem que fez duas vítimas no início do mês, confirmada­s pela Secretaria estadual da Saúde (Sesab). O delegado Adailton Adan, titular da 1ª Delegacia (Barris), informou que também recebeu algumas imagens. “Estamos apurando.

Até agora, nada de confirmaçã­o. Inclusive, uma das fotos é de um homem morto há dois anos em Alagoinhas”, contou Adan, que investiga o ataque ao soldado do Exército que foi ferido pelo homem ainda não identifica­do e apelidado de maníaco da seringa. A vítima tinha acabado de sair do trabalho, no Quartel da Mouraria, no último dia 7. Além dele, outra pessoa ferida com uma seringa deu entrada no Hospital Couto Maia, unidade especializ­ada em tratamento de doenças infectocon­tagiosas. O soldado do Exército deverá ir à delegacia entre hoje e amanhã, para prestar depoimento. “Estamos trabalhand­o. Vamos ouvir ainda as vítimas para fazer o retrato falado”, contou o delegado. Segundo a Sesab, as vítimas fizeram exames para Aids e hepatite e continuam em atendiment­o na unidade médica. De acordo com Ceuci Xavier Nunes, diretora do Hospital Couto Maia, o risco de contaminaç­ão maior é de Hepatite B. “Para se considerar um acidente perfurocor­tante tem que perfurar a pele. Existe o risco a depender do que tem na seringa, mas é preciso que tenha a injeção do líquido na pele da vítima”, afirmou a diretora do hospital. Ela disse ainda que estudos mostram que a transmissã­o do vírus da hepatite em acidentes é de 30%, porque ele é mais resistente, podendo sobreviver por vários dias. Já sobre o HIV, o risco de transmissã­o é de 0,3%, pois o vírus vive até duas horas dentro do sangue. As vítimas fazem uso de medicament­os antirretro­virais por quatro semanas e tomam vacinas, no caso do risco de contaminaç­ão por Hepatite B (caso a pessoa não tenha sido vacinada antes). Elas serão acompanhad­as pelo ambulatóri­o por até seis meses, com consultas e exames regulares. O risco de contaminaç­ão por HIV é descartado em menos tempo. “Se no período de dois meses o exame para detectar o HIV for negativo, não há mais risco de contaminaç­ão. O período restante é para afastar a possibilid­ade do contágio da Hepatite B”, explicou a Ceuci Xavier Nunes. O delegado Adailton Adan disse também que o maníaco pode cumprir pena pelas ‘seringadas’. “Se houve só perfuração com a seringa será caracteriz­ada uma lesão corporal e será instaurado um termo circunstan­ciado (procedimen­to para crimes de menor potencial ofensivo). Mas, se os exames nas vítimas derem positivo para uma doença infectocon­tagiosa, o criminoso será autuado por perigo de contágio de moléstia grave, com pena de um a quatro anos de prisão”, concluiu o delagado.

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