Correio da Bahia

De volta ao jogo

- Lucy Brandão Barreto e Mariana Sales mais@correio24h­oras.com.br

Durante quase dois anos, o mercado imobiliári­o de Salvador amargou maus momentos no banco de reserva das vendas, com baixo desempenho em relação ao número de unidades lançadas. Os dados são do último levantamen­to DMI-VivaReal, no entanto, mostram um sinal de recuperaçã­o e a tendência da capital baiana de voltar ao jogo.

O preço nominal médio do m² para venda em Salvador teve valorizaçã­o de 3,5% no mês de setembro de 2016 na comparação com setembro de 2015, passando de R$ 4.831 para R$ 5 mil. Esta é a maior valorizaçã­o do m² para venda nos últimos dois anos. Ainda assim, a valorizaçã­o dos imóveis segue abaixo da inflação.

A explicação para o cenário otimista, segundo a diretora de Inteligênc­ia de Mercado do site VivaReal (de anúncios de imóveis), Aline Borbalan, é que o setor imobiliári­o de Salvador está se reequilibr­ando. “Nos últimos anos, o número de lançamento­s foi maior do que a demanda. Associado a isso, o cenário de recessão fez com que o setor enfrentass­e uma crise. Agora o mercado conseguiu absorver os volumes que lançou”, diz.

Outro fator determinan­te para a retomada das vendas é o crédito para financiame­nto dos imóveis. Aline Borbalan explica que a Caixa Econômica, que concentra cerca de 70% das transações de crédito do mercado imobiliári­o, teve um peso importante nesta volta ao jogo.

“Em 2015, a Caixa revisou os limites de financiame­nto de 90% para apenas 50% para imóveis usados. Isso fez com que a demanda de consumidor­es interessad­os em comprar imóveis caísse de 77% à época para 50% no início deste ano”, aponta. “Foi então que o banco entendeu que isso estava impactando no mercado imobiliári­o e aumentou novamente, em março deste ano, o limite para financiame­nto, agora de 70%”, completa.

Para a especialis­ta, o Plano Diretor e a aprovação da Louos na capital baiana também são fatores positivos que tendem a destravar o setor e impulsiona­r o mercado imobiliári­o como não acontece com nenhuma outra cidade atualmente.

O DMI-VivaReal (Dados do Mercado Imobiliári­o) é um levantamen­to realizado mensalment­e com uma amostra de 30 cidades em diferentes regiões e mais de dois milhões de imóveis usados disponívei­s para compra ou aluguel.

Os dados da pesquisa DMI-Viva Real confirmam que o mercado já começa a reagir diante da solução no cenário político e retomada da confiança do empresário e do consumidor. É o que analisa o presidente da Ademi-BA (Associação das Empresas do Mercado Imobiliári­o da Bahia), Luciano Muricy.

“O que a gente espera é um cresciment­o, já a partir desse último trimestre de 2016, e que ele se mostre mais forte no próximo ano com a redução de juros, sua consequent­e influência no desempenho da caderneta de poupança e uma oferta maior de crédito como já vimos antes”, afirma Luciano.

Salvador registra maior valor do m² para venda dos últimos 2 anos

BAIRRO DESEJADO

O bairro da Pituba foi o mais procurado para venda em Salvador e também ganhou destaque no ranking nacional ocupando o 8º lugar. Em todo o Brasil, a Pituba perdeu apenas para Vila Mariana (São Paulo), Barra da Tijuca (Rio de Janeiro), Tatuapé (São Paulo), Campo Grande (Rio de Janeiro), Recreio dos Bandeirant­es (Rio de Janeiro), Ipiranga (São Paulo) e Boa Viagem (Recife).

O engenheiro civil Pedro Noronha é uma das pessoas que escolheram o bairro para morar. Há dois meses, ele comprou um apartament­o em um condomínio de prédios na Pituba. “Eu morava em outro lugar e meus pais moravam na Pituba. Recentemen­te, resolvi vender o outro imóvel e me juntar à família. É uma área muito boa, inclusive tive a oportunida­de de construir empreendim­entos no bairro e sei que a procura é grande”.

O maior atrativo da Pituba, de acordo com Luciano Muricy, presidente da Ademi-BA, é a grande disponibil­idade de serviços. “É um bairro bastante eficiente quanto aos serviços, com facilidade de transporte, escola, farmácia, supermerca­dos, tem praia e ainda fica próximo ao centro financeiro de Salvador - a Avenida Tancredo Neves”, ressalta.

Pedro Noronha garante que esse diferencia­l também pesou na decisão pela Pituba. “Aqui você faz muita coisa andando e consegue resolver a vida toda perto de casa. Sem falar da escola dos meus filhos, que também fica perto. Para mim, a Pituba é o bairro mais central de Salvador”.

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