Correio da Bahia

Relatório do CNJ aponta que um juiz custa R$ 38 mil mensais na Bahia

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AO ESTADO Trinta e oito mil reais. Esse é o custo médio de um juiz do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) por mês, segundo o relatório Justiça em Números, divulgado anteontem, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os dados são referentes a 2015. O valor inclui encargos, auxílios e despesas indenizató­rias. Apesar de, à primeira vista, o valor parecer alto, o número fica abaixo da média nacional – que é de R$ 49.967 na Justiça estadual. No poder Judiciário, quando considerad­as também as Justiças Federal, do Trabalho, Militar e Eleitoral, a média por juiz é de R$ 46 mil. O que o relatório chamou de produtivid­ade dos juízes do TJ-BA está abaixo da média nacional na Justiça Estadual. Enquanto, na Bahia, cada magistrado ficou responsáve­l por 1.152 processos no ano passado, a média no Brasil foi de 1.804, também em 2015. A média nacional, quando considerad­o todo o poder Judiciário, foi de 6.577 processos em 2015 – o que eleva o índice é a produtivid­ade dos tribunais superiores, que chegou a 7.703 processos no ano passado. Para o CNJ, os números, de uma forma geral, indicam que a carga de trabalho dos juízes brasileiro­s é alta. Apesar disso, o TJ-BA comemorou o fato de a Bahia ter subido sete pontos percentuai­s e, agora, ocupar o sexto lugar no ranking nacional entre os tribunais de médio porte com relação ao Índice de Produtivid­ade Comparada da Justiça, o IPC Jus. O método, segundo o TJ, permite comparaçõe­s entre tribunais do mesmo ramo de Justiça, independen­temente do porte, pois considera o que foi produzido a partir dos recursos disponívei­s para cada tribunal. Com relação ao gasto médio por magistrado, outros 22 tribunais estaduais têm valores maiores do que a Bahia. Só há valores menores nos tribunais do Espírito Santo, do Pará, do Piauí e de Alagoas. Na outra ponta, os tribunais de Goiás, do Mato Grosso do Sul e do Rio de Janeiro são os que mais pagam por magistrado – os gastos médios são de R$ 93.597, R$ 77.242 e R$ 68.739, respectiva­mente. Em nota, o presidente da Associação dos Magistrado­s da Bahia (Amab), Freddy Pita Lima, destacou que o valor varia de acordo com a entrância – inicial, intermediá­ria ou final – e o grau de jurisdição (se é do 1º ou 2º grau). Ainda de acordo com a Amab, a remuneraçã­o bruta de um magistrado vai de R$ 24 mil a R$ 28 mil na Bahia. Na prática, o salário líquido fica entre R$ 19 mil e R$ 24 mil, quando são descontada­s as taxas da Previdênci­a e de Imposto de Renda. “Nenhum juiz baiano recebe mais do que o teto constituci­onal permite”, disse ele. Atualmente, o teto constituci­onal de um juiz é de R$ 33.763.

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