24h Maníaco da seringa ataca 3ª vítima na Ribeira
UMA MULHER Uma operadora de caixa de 41 anos é a terceira vítima que registrou queixa contra o maníaco da seringa. O ataque ocorreu na tarde de ontem, em um ponto de ônibus na Rua Lélis Piedade, no bairro da Ribeira. A vítima contou que estava encostada em um poste quando sentiu uma picada nas nádegas. Quando olhou para trás, viu um homem negro se afastando do local. Segundo a vítima descreveu ao CORREIO, o suspeito usava uma camisa listrada nas cores branca e azul. “O ponto estava cheio de crianças da Vila Militar. Eu estava encostada no poste e senti a picada. Quando olhei para trás ele me mostrou a seringa e saiu dando risada”, relatou. “Senti as pernas dormentes e o local dolorido”. As outras vítimas do maníaco, ainda não identificado, são um motorista de ônibus e um soldado do Exército. A operadora de caixa foi à delegacia, ontem, para prestar queixa e, depois, seguiu para o Hospital Couto Maia, unidade especializada em tratamento de doenças infectocontagiosas. Na unidade de saúde, ela passou por exames de sangue e tomou três tipos de vacina. “Me deram também três caixas de coquetel para HIV”. Hoje, a operadora deve ir ao Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), para realizar mais exames. Também ontem, a primeira vítima do maníaco falou pela primeira vez.
No dia 18 de setembro, o motorista de ônibus registrou queixa na mesma delegacia por ter sido vítima de um ataque semelhante, também na Ribeira. Ele disse que parou o veículo que dirigia em um ponto quando foi perfurado na região da face por um homem desconhecido. “O cara entrou pela frente e, antes de passar o torniquete, me atacou e desceu do ônibus”, contou. A vítima está debilitada devido aos efeitos colaterais do coquetel de remédios. “Me deram medicamentos para hepatite, tétano e HIV. Vou tomar por 28 dias”. O rodoviário está preocupado com o conteúdo da seringa. “Não tem como não se preocupar. Vai saber o que ele colocou ali dentro?” A outra vítima do maníaco da seringa é um soldado do Exército que foi atacado quando saía do Quartel da Mouraria, no dia 7. Ele também está passando por tratamento de prevenção no Couto Maia. O soldado prestou depoimento na manhã de ontem, na 1ª Delegacia (Barris), mas não foi possível fazer o retrato falado. “Ele (a vítima) disse que não viu o rosto do suspeito, que estava de lado quando foi atacado. Só viu o homem correndo”, disse o delegado Adailton Adan, que ainda não tem pistas. “Estamos investigando, buscando ouvir pessoas nas proximidades de onde ocorreu o fato e atrás de imagens de câmeras”. O CORREIO não conseguiu contato com a diretora do hospital, Ceuci Xavier Nunes, para comentar o caso da operadora de caixa de 41 anos.
Nessa mesma delegacia, ontem, esteve o motorista Valfredo Pereira de Souza, 39, que viu sua foto circular nas redes sociais como possível suspeito dos ataques. Ele foi explicar ao delegado que não é o maníaco da seringa. Ao ver sua foto compartilhada no aplicativo WhatsApp, Valfredo ficou desesperado. “Foi como se o mundo estivesse desabado naquele momento”, disse o motorista, que trabalha em uma empresa de transportes que presta serviço a funcionários do Polo de Camaçari. Na hora em que o soldado do Exército foi atacado na Avenida Joana Angélica (por volta das 12h30), ele disse que estava no bairro de Fazenda Coutos, onde mora. “Nessa hora, eu estava em casa, me arrumando para retornar ao trabalho às 13h30”, contou.
Valfredo afirmou que trabalha de segunda a sexta-feira, em dois turnos: o primeiro, das 3h40 até as 9h, e o segundo das 13h30 às 21h. “As pessoas estão me olhando como se eu fosse um bandido. Alguns fazem comentários do tipo: ‘A gente convive com uma pessoa, mas não conhece o caráter dela’. Isso me machucou bastante. Não sou esse cara que estão dizendo por aí”. O delegado disse que vai mostrar a foto dele à vítima e se certificar dos álibis de Valfredo. O motorista não tem antecedentes criminais.