Correio da Bahia

Tudo como antes

- Moysés Suzart moyses.suzart@redebahia.com.br

Não bastasse o time pelejando para se manter na Série A, a torcida do Vitória ainda recebeu uma notícia que barrou a tentativa de democratiz­ação do clube. Ontem à noite, o clube divulgou o regimento eleitoral para a escolha do presidente, na primeira quinzena de dezembro - data a definir. E, na direção contrária do que foi prometido pelos conselheir­os e presidente do clube, Raimundo Viana, novamente o rubro-negro escolherá seu cartola de forma indireta.

Assinado pelo presidente da comissão eleitoral, Mhércio Cerqueira Monteiro, a nota publicada no site oficial do clube revela que o processo terá o regimento do estatuto vigente, que elege o presidente de forma indireta. Os sócios votam nas chapas para escolha do Conselho Deliberati­vo, que terá 270 vagas para o triênio 2017-2019, sendo 200 efetivas e 70 suplentes. A chapa mais votada escolhe o presidente do Vitória (Conselho Diretor) e o do Conselho Fiscal.

A briga pela democratiz­ação do Vitória foi um fiasco. Curiosamen­te, todas as partes diziam abraçar a causa, mas ninguém se entendeu. O atual presidente, Raimundo Viana, que assumiu em março de 2015 após renúncia de Carlos Falcão, chegou a prometer que seria o presidente responsáve­l por abrir o clube. Já o presidente do Conselho Deliberati­vo, José Rocha, chegou a convocar uma assembleia geral, em dezembro do ano passado, que alterou o estatuto incluindo as eleições diretas, mas sem o aval do conselho, passando por cima das regras do clube. Acabou perdendo na Justiça.

O último capítulo desta fatídica briga aconteceu em setembro, na última reunião do Conselho Deliberati­vo. Mesmo sem quorum, José Rocha convocou votação para a aprovação do estatuto com eleição direta. Não foi aceito e o próprio presidente do conselho decretou o fim do voto direto. “Está sepultada qualquer chance de termos eleições diretas no Vitória. O conselho votou contra a democracia do clube”, disse José Rocha ao término da votação.

Os conselheir­os, porém, alegaram que o que estava acontecend­o ali era um golpe de Zé Rocha. Desde o início do ano, o conselho convocou uma comissão para fazer o novo estatuto, com algumas alterações chaves, como voto direto e a proibição de cargos no clube para políticos. Reunidos, o deputado federal José Rocha e Raimundo Viana alteraram o estatuto aprovado em conselho e queriam que o mesmo fosse aprovado posteriorm­ente.

“Teatral! O que não aprovamos aqui foram as alterações feitas por ele do estatuto novo que já estava feito e apreciava o voto direto. Não houve nem quorum para votação, imagina apreciar algo”, disse o conselheir­o Dilson Pereira Júnior, na época.

Sem a eleição direta, a realidade permanece inalterada. A votação está programada para a primeira quinzena de dezembro, após o fim da Série A, no dia 4. A princípio, Raimundo Viana pode se reeleger. O seu vice, Manoel Matos, já se pronunciou alegando que não pretende concorrer ao cargo.

Vitória confirma eleições indiretas para definir o próximo presidente

NOTA DO VITÓRIA NA ÍNTEGRA “A Comissão Eleitoral do Esporte Clube Vitória, legalmente constituíd­a na forma do Ato Oficial S/N datado de 11 de outubro de 2016, em cumpriment­o ao disposto ao § 2ª, do Art. 57, do Estatuto Social, tendo em vista a realização da Assembleia Geral Ordinária destinada à eleição dos membros do Conselho Deliberati­vo para o próximo triênio, após análise jurídica e aprovação de seus membros, vem, nesta data, tornar público o presente Regimento Eleitoral, o qual regulará o referido pleito eleitoral consoante regras contidas do referido Estatuto”.

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