24h Cuidar como Dulce
Tem quem ache que espaço público é terra de ninguém, em vez de um bem coletivo. Essa mentalidade fez com que a Praça Irmã Dulce, localizada no Largo de Roma, estivesse bastante maltratada antes de completar um ano de reformada — justo no espaço que homenageia aquela que dedicou a vida a cuidar das pessoas.
Lixeiras e bancos quebrados, portões arrombados, equipamentos enferrujados e pisos fora do lugar fazem parte da paisagem. “Logo que inaugurou, eu vinha todo sábado trazer meu filho. Ela tava mais limpinha, mais bem cuidada. Pela tarde, ficava cheia de criança brincando. Agora está vazia”, lamenta a vendedora Jéssica de Araújo, 25 anos.
Quem também reclamou foi o agente de saúde Joselito Sena, 53, que se exercita todos os dias nos aparelhos de ginástica. “Fiquei feliz por terem feito esses equipamentos. Antes eu já vinha, corria ao redor da praça. Ao mesmo tempo, fico triste porque eles estão se destruindo”, disse, mostrando os aparelhos de metal enferrujados. Alguns já estavam quebrados por ação da ferrugem.
Com tempo sobrando para curtir a vida e a cidade, o comerciário aposentado Carlito dos Santos, 66, vive pelas praças da capital. Em seu ranking, a Praça Irmã Dulce não foi muito bem. “Ando muito pelo Campo Grande, Largo do Papagaio, Parque da Cidade e também aqui. Fico sentado, batendo papo. Essas outras praças estão bem melhores. Aqui precisa de uma reforma geral”, comparou, sugerindo nova intervenção no local.
Atendendo um pouco o pedido de seu Carlito, equipes da Prefeitura de Salvador estão, desde a última terça-feira, realizando a manutenção do espaço. Segundo a Secretaria Municipal de Manutenção (Seman), na semana anterior, técnicos fizeram uma vistoria no local, devido à grande quantidade de queixas que receberam. A Limpurb está limpando o lugar e retirando equipamentos e estruturas quebradas, que serão repostas. A Seman espera terminar a manutenção da praça até o fim do ano.
A Guarda Municipal, cuja função é proteger o patrimônio público, está presente no local. Existe um ponto de apoio no meio da praça, onde uma dupla está sempre a postos. Um dos guardas, que não quis se identificar, reclamou das pichações e revelou preocupação