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O sonho do pequeno Samir Gonçalves, 9 anos, é ser diretor de cinema. Admirador da sétima arte, ele descobriu uma nova paixão ontem, quando foi ao teatro pela primeira vez, assistir ao espetáculo A Máquina Que Dobra o Nada. A peça, vencedora do prêmio Braskem de Teatro 2015 na categoria espetáculo infantojuvenil, foi apresentada pelo projeto Domingo no TCA, do Teatro Castro Alves.
“Achei tudo muito criativo e essa primeira vez foi muito legal. Eu imaginava (que o teatro) fosse como o cinema, mas, enquanto lá é tudo filmado, aqui é ao vivo. Mas ainda não dá para escolher o melhor, os dois são muito bons”, contou o garoto, que mora em Cajazeiras. A ideia de levá-lo foi da mãe, a assistente administrativa Simone Novaes, 28.
Ela já está acostumada a ver o filho exercitar os dotes artísticos em casa. “Ele gosta de fazer peças com os bonecos, gosta de filmar, de atuar... E, já que ele gosta, é bom colocar desde cedo para que escolha qual tipo de arte o empodera”, afirmou a mãe. Enquanto o garoto não escolhe qual caminho artístico quer trilhar, ele promete: não vai deixar de frequentar nem o cinema, nem o teatro.
Mas não foi só Samir que se empolgou com o espetáculo, que conta a história da amizade entre um menino chamado Otto e um cientista que tenta criar uma máquina com a capacidade de dobrar o nada. Para fazer justiça à premissa, a montagem é recheada de elementos que traduzam a fantasia – desde as cores, a fumaça, as coreografias e as músicas cantadas ao vivo. Com 10 atores e três músicos no elenco, ainda há inspiração em poesias e neologismos do escritor matogrossense Manoel de Barros, morto em 2014. O cenário ajuda: tudo é móvel, para ser construído e, em seguida, desconstruído pelos atores no palco.