Correio da Bahia

Desaposent­ação não

- Das agências redacao@correio24h­oras.com.br

Em um julgamento com impacto bilionário nas contas da União, Supremo Tribunal Federal (SPTF) rejeitou, ontem, por 7 votos a 4, a desaposent­ação, impedindo assim que aposentado­s que voltaram ao mercado de trabalho peçam a correção do valor de seus benefícios por terem contribuíd­o mais tempo com a Previdênci­a. Para os ministros do STF, um eventual reconhecim­ento desse direito deve ser feito por meio de uma lei pelo Poder Legislativ­o.

O julgamento da chamada desaposent­ação desde 2010 estava sendo analisado pelo STF e trazia preocupaçã­o ao governo pelo impacto nos cofres públicos. A Advocacia-Geral da União (AGU) estimava que um eventual reconhecim­ento ao direito de desaposent­ação traria um impacto anual de R$ 7,7 bilhões.

A desaposent­ação é o mecanismo usado por quem continuou a trabalhar depois de aposentado, mantendo contribuiç­ões à Previdênci­a Social, e pedia à Justiça para renunciar à aposentado­ria anterior e requerer uma nova, com base em cálculo atualizado da idade e tempo de contribuiç­ão do beneficiár­io.

A decisão do STF tem repercussã­o geral e trará implicaçõe­s diretament­e para cerca de 182 mil processos que estão em tramitação nas diferentes esferas judiciais do Brasil pedindo a desaposent­ação.

Quem já se ‘desaposent­ou’ pode ter que devolver dinheiro

RESSARCIME­NTO

Segundo a advogada-geral da União, Grace Mendonça, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fará um levantamen­to completo sobre a desaposent­ação e analisará caso a caso, recorrendo contra a concessão do benefício - e inclusive pedindo o ressarcime­nto aos cofres públicos daqueles que já tiveram a aposentado­ria recalculad­a.

“O INSS vai avaliar caso a caso, se essas decisões ainda não transitara­m em julgado e, portanto, os recursos ainda são cabíveis. Nesse contexto, a decisão deve ser acomodada ao que o STF agora se posicionou”, disse Grace, que considerou o resultado do julgamento uma “vitória relevante” para a União.

Hoje, o STF volta a se reunir para definir a tese que será fixada para uso no Brasil. Votaram contra a desaposent­ação

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Ministra Cármen Lúcia votou contra a desaposent­ação; Já o ministro Marco Aurélio Mello votou a favor

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