Brasil perdeu 2,2 milhões de vagas em 12 meses
PNAD O mercado de trabalho voltou a piorar no terceiro trimestre do ano. Em relação ao segundo trimestre, 963 mil pessoas perderam seus empregos, elevando para 12 milhões o número de desempregados. Na análise mais detalhada, identifica-se que foram extintos 2,255 milhões de postos no período de um ano, o pior resultado da série dentro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012. A taxa de desemprego no Brasil manteve-se em 11,8%, também o maior patamar registrado. Para os analistas, o fundo do poço pode ainda estar longe. “A indústria já devia estar ligando as turbinas para atender às demandas do fim do ano. Isso não aconteceu”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. Somente a indústria fechou 1,301 milhão de postos de trabalho no período de um ano. Houve demissão de funcionários mesmo na comparação com o segundo trimestre de 2016: foram 84 mil vagas cortadas, queda de 0,7% no total de ocupados na atividade. O resultado contraria uma tendência sazonal de geração de postos de trabalho nessa época do ano e poderia ter sido ainda mais grave não fosse a desistência de um número expressivo de pessoas em integrar a força de trabalho. A população inativa também registrou recorde com a quantidade de 64,642 milhões.