Correio da Bahia

Corpo e carro da vítima são periciados

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“Procuramos saber os locais que ele frequentav­a, o que gostava de fazer, quem eram seus amigos. A partir daí, passamos a trazer essas pessoas para serem ouvidas. Começamos a colher detalhes e fomos aos locais. É um trabalho de inteligênc­ia que não pode ser divulgado por completo”, disse.

De acordo com a polícia, a investigaç­ão chegou a Adriano através do amigo do médico, que informou aos policiais sobre a amizade de Luiz Carlos com o carpinteir­o. A dona da pizzaria onde os dois estiveram momentos antes do crime também prestou depoimento à polícia e confirmou a ida de Luiz Carlos e Adriano ao local.

REGISTRO

Ainda conforme a polícia, a família da vítima disse não ter conhecimen­to dessa relação. Eles disseram que o último contato com o médico foi no dia 2, quando ele avisou que estava saindo de casa para votar. A polícia só foi procurada dois dias depois.

Segundo Adriano, ele e o médico se conheceram há cerca de três meses em um ponto de ônibus na Avenida Gal Costa, nas proximidad­es da obra onde o carpinteir­o trabalhava. Eles trocaram telefones e ficaram amigos. O suspeito disse que Luiz Carlos costumava lhe ajudar financeira­mente. Adriano disse ainda que o médico se apresentou como um representa­nte de vendas e que morava em Feira de Santana. Luiz Carlos era morador do condomínio Costa Verde, em Piatã.

Conforme a polícia, apesar de Adriano ter confessado o crime, as investigaç­ões ainda não foram concluídas, uma vez que os bens do médico e a faca utilizada no crime não foram encontrado­s. Não é possível afirmar que Adriano agiu sozinho.

A investigaç­ão apontou que, após o crime, o suspeito parou de usar o antigo chip de telefone e passou a utilizar um novo número. O chip foi encontrado na casa e ainda será periciado. Na casa de Adriano foram recolhidos vestígios de sangue, revelados por agentes químicos (luminol), no pano de chão e em outros locais. De acordo com a polícia, ele já foi encaminhad­o ao sistema prisional. A delegada diz que não há dúvidas sobre a autoria do crime e a prisão preventiva já foi solicitada. Se condenado, o carpinteir­o pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.

4/10 Sem conseguir contato com o médico, que não tinha o costume de sair sem dar notícias, a família resolveu procurar a polícia para registrar o desapareci­mento. Eles também fizeram campanha nas redes sociais.

11/10 Uma semana depois, o carro de Luiz Carlos, um Polo prata, foi encontrado carbonizad­o na Via Parafuso.

14/10 O corpo do médico foi localizado já em estado de esqueletiz­ação, após o primeiro pedágio, perto da Pedreira Parafuso, na BR-324.

25/10 Por causa do avançado estado de decomposiç­ão, somente no dia 25 a identifica­ção foi confirmada pelo Departamen­to de Polícia Técnica (DPT).

26/10 Após denúncia de um ex-companheir­o do médico, o suspeito foi localizado e preso pela polícia anteontem. Carbonizad­o na Via Parafuso, o carro modelo Polo, cor prata, que pertencia ao médico Luis Carlos Correia Oliveira, está sendo periciado e pode dar mais pistas sobre o que ocorreu na noite do dia 2. De acordo com o perito médico-legal Mário Câmara, diretor do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML), o corpo também está passando por perícias. Segundo ele, o estado de esqueletiz­ação, mais avançado do que a decomposiç­ão, do corpo foi devido à ação de animais. “Um corpo exposto em área de mata esqueletiz­a muito rápido porque os animais devoram e o calor acelera o processo”, disse.

A polícia informou ainda que os familiares de Luiz Carlos estão pedindo novos exames de identifica­ção do corpo, porém, a investigaç­ão informou que não há dúvidas quanto a esse ponto da investigaç­ão. Isso porque a análise da arcada dentária confirmou que é, de fato, o médico. “É desnecessá­rio usar outro método. A identifica­ção já foi feita, agora a perícia quer provar em que circunstân­cias se deu a morte. Mas, se a família quiser, pode fazer por conta própria”,

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Carro foi abandonado carbonizad­o em rua próxima à Via Parafuso

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