Correio da Bahia

Câmeras de ônibus em que dois foram mortos não gravaram ação

- HILZA CORDEIRO E GIL SANTOS

NINGUÉM PRESO As duas câmeras do ônibus da linha 1387, onde o sargento da reserva da PM Gilberto Miranda de Andrade, 56 anos, e o porteiro Josenildo Santos Reis, 41, foram mortos durante assalto, na noite de anteontem, próximo à Brasilgás, não gravaram o crime. O coletivo da empresa OT Trans fazia a linha NarandibaN­ova Brasília. “Essas imagens nos ajudariam na busca pelos criminosos e serviriam também como provas no inquérito policial que já foi instaurado”, contou o delegado Odair Carneiro, coordenado­r da força-tarefa que investiga o caso. A Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) informou que a empresa responsáve­l pelo coletivo pode ser penalizada Se for constatado que o equipament­o estava inoperante, será lavrado um auto de infração. Procurada, a OT Trans não foi localizada para comentar o assunto. O CORREIO também não conseguiu contato com o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador (Setps). Três homens entraram no coletivo, por volta das 19h15 de anteontem, e anunciaram o assalto. Gilberto reagiu e foi baleado duas vezes na cabeça. O porteiro Josenildo foi atingido por uma bala perdida. Os dois morreram no local. O porteiro, que trabalhava na Pituba, estava a caminho do Complexo Penitenciá­rio da Mata Escura, onde cumpria pena em regime semiaberto. Segundo a polícia, a prisão domiciliar dele estava prevista para dezembro. O irmão de Josenildo, Julício Reis, 48, contou que estava em casa, comemorand­o o aniversári­o, quando recebeu a notícia de que um policial e um passageiro tinham morrido num assalto na BR-324. “Em momento nenhum passou pela minha cabeça que o passageiro poderia ser meu irmão. Depois que eu tomei conhecimen­to, foi um baque”, disse. Josenildo era porteiro de um shopping na Pituba há 17 anos. Ele trabalhava com a esposa, que estava de folga anteontem. O irmão contou que o porteiro foi preso acusado de ser comparsa de um assaltante. “Nem a vítima e nem o autor acusaram ele, mas quando a polícia chegou, colocou os dois como uma dupla. Ele foi condenado a 5 anos e quatro meses de prisão, injustamen­te”, defendeu. O corpo de Josenildo será enterrado hoje. Já o do PM Gilberto foi sepultado ontem no Cemitério do Campo Santo. Um irmão disse que o sargento pode ter reconhecid­o um dos bandidos ou foi reconhecid­o por eles e, por isso, reagiu à ação. “Ele era cidadão de bem”, afirmou um amigo. Pela manhã, um homem chegou a ser preso, mas testemunha­s não o reconhecer­am e ele foi liberado. À noite, a SSP divulgou o retrato falado de um dos suspeitos.

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