Lava Jato denuncia Palocci por corrupção e lavagem de dinheiro
PETROBRAS O Ministério Público Federal no Paraná denunciou ontem o ex-ministro Antônio Palocci por corrupção e lavagem de dinheiro. Também foram acusados Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros 12 investigados por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro relacionados à obtenção, pela Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobras. A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba também pediu que os denunciados paguem à Petrobras R$ 505 milhões que teriam sido desviados por meio de fraudes na contratação de um estaleiro da Odebrecht para a construção de sondas do pré-sal, além da devolução de cerca de R$ 285 milhões.
O valor da indenização pedida pelos procuradores equivale ao dobro da propina que a Lava Jato identificou que teria sido paga para favorecer o estaleiro Enseada do Paraguaçu (pertencente à Odebrecht) na licitação das sondas do pré-sal pela Sete Brasil, empresa de economia mista e na qual teria sido replicado o esquema de corrupção existente na Petrobras. Palocci foi preso no mês passado, em decorrência das apurações na 35ª fase da Lava Jato, que identificou que, entre 2006 e 2015, o ex-ministro estabeleceu um esquema de corrupção com altos executivos da Odebrecht. Na mesma denúncia, foram também acusados o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, os ex-funcionários da Sete Brasil João Ferraz e Eduardo Musa, e o executivo Rogério Araújo, da Odebrecht, devido aos crimes de corrupção ativa e passiva.
O advogado José Roberto Batochio, que defende Palocci, reagiu à denúncia. “É uma acusação monstruosa, absolutamente divorciada de qualquer elemento indiciário arrecadado nos autos”, afirma Batochio, em nota. “O único elemento considerado pela denúncia é um papelucho tratado como ‘planilha’ sob a rubrica de ‘Italiano’. Os acusadores já apontaram esse ‘Italiano’ como sendo Fernando Migliáccio, depois Guido Mantega, depois um engenheiro italiano e, agora, querem atribuir este apelido a Palocci”, diz o defensor.