Estado Islâmico usa milhares de civis como ‘escudos’ em Mossul
NAÇÕES UNIDAS Terroristas do Estado Islâmico (EI) sequestraram “dezenas de milhares” de homens, mulheres e crianças no entorno de Mossul para utilizá-los como escudos humanos durante a ofensiva liderada pelo governo iraquiano para expulsar os radicais da cidade no norte do país. A porta-voz da ONU (Organização das Nações Unidas) para direitos humanos, Ravina Shamdasani, disse, ontem, que “relatos confiáveis” indicam que aproximadamente 8 mil famílias, cada uma com cerca de seis membros, foram “forçadas a deixar suas casas em subdistritos ao redor de Mossul” desde o início da batalha pela cidade. Moradores de Mossul também foram relocados à força para outras partes da cidade. De acordo com Shamdasani, o EI assassinou na quarta-feira (26) ao menos 232 pessoas da região, sendo 190 ex-membros das forças de segurança do Iraque e 42 civis, que haviam se recusado a cumprir as ordens da milícia fundamentalista. A confirmação pela ONU de que o EI tem utilizado escudos humanos agrava os temores de que a batalha por Mossul aprofunde a crise humanitária na região. Milhares de moradores já foram forçados a deixar suas casas. Milícias xiitas apoiadas pelo Irã anunciaram ontem que se juntarão à batalha por Mossul, e que lançarão em breve uma ofensiva a oeste da cidade com o objetivo de cercá-la e cortar as vias de acesso dos extremistas do EI à Síria.