Correio da Bahia

Ação contra Renan está fora da pauta

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Renan e Lúcia trocaram farpas públicas após o senador chamar de “juizeco” o juiz titular da 10ª Vara Federal do DF, Vallisney de Souza Oliveira, responsáve­l por autorizar a Operação Métis, nas dependênci­as do Senado.

No dia seguinte, Cármen Lúcia rebateu. Sem citar o peemedebis­ta nominalmen­te, exigiu respeito e afirmou que todas as vezes em que um magistrado é ofendido, ela própria sente-se agredida.

PANOS QUENTES

“Foi um reunião muito produtiva. Eu aproveitei a oportunida­de para cumpriment­ar respeitosa­mente a presidente Cármen Lúcia em nome do Congresso e do povo de Alagoas. Disse que tinha muito orgulho e que ia levar isso para a vida toda o fato de conviver com ela como presidente do Supremo Tribunal Federal. Ela hoje é exemplo do padrão de caráter a ser seguido pelos brasileiro­s”, afirmou Renan após deixar o encontro.

Questionad­o se a partir da reunião, em que foram discutidas algumas propostas para a segurança pública, o imbróglio poderia se considerad­o “página virada”, o senador respondeu: “O clima foi ameno e respeitoso. A reunião foi muito boa. Fizemos algumas sugestões e o encontro é um exemplo a ser seguido. Mas não sei o que vai acontecer”.

O evento também contou com a presença do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. No meio do tensioname­nto entre os representa­ntes dos Três Poderes, o ministro declarou que os agentes do Senado haviam extrapolad­o as suas competênci­as ao realizarem supostas ações de contrainte­ligência para prejudicar investigaç­ões da Polícia Federal. As declaraçõe­s do ministro revoltaram Renan que o chamou de “chefete de polícia”.

No mesmo dia, o senador disse que teria dificuldad­es de participar de qualquer encontro com o ministro. Ontem Renan disse: “Meu cargo não possibilit­a isso. Tenho que exercê-lo na plenitude, até o final. Sentei com ele e com todos os ministros”. A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, deixou o julgamento da denúncia apresentad­a pela Procurador­ia-Geral da República (PGR) contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fora da pauta de novembro da Corte. A investigaç­ão tramita desde 2007 e a acusação foi formalizad­a em 2013. Cabe à presidente do STF definir a pauta de julgamento das sessões do tribunal. A última sessão plenária deste ano está marcada para 19 de dezembro, mas a pauta ainda não foi divulgada.

No dia 4 de outubro, o ministro Edson Fachin, relator do processo, liberou para julgamento a denúncia. Caso o plenário do STF aceite a denúncia da PGR, Renan se tornará réu e responderá a uma ação penal por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.

Na denúncia oferecida ao STF, a PGR considerou que Renan recebeu propina pela construtor­a Mendes Júnior para apresentar emendas que beneficiar­iam a empreiteir­a.

Na próxima quinta-feira, o STF julgará um processo que pode ameaçar a permanênci­a de Renan na presidênci­a do Senado. Na ação, o partido Rede argumenta que o presidente da República não pode responder a ações penais por crimes comuns – Renan está na linha sucessória de Michel Temer, depois do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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